Menu Mobile

Conteúdo da página

“Espero que essa renúncia não seja mais um artifício para driblar a cassação", diz Lamachia sobre Cunha

quinta-feira, 7 de julho de 2016 às 16h01

Brasília – O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, defendeu que o processo contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), siga seu curso sem interferências. No início da tarde desta quinta-feira (7), Cunha anunciou sua renúncia ao cargo de presidente da Câmara, posto do qual estava afastado desde o dia 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal. Segundo Lamachia, a decisão tomada por Cunha não deve ser usada como manobra para evitar o processo de cassação.

“A renúncia do deputado Eduardo Cunha à Presidência da Câmara diminui as incertezas sobre a condução dos trabalhos legislativos e abre caminho para os deputados reorganizarem a Casa. A renúncia, contudo, não pode significar fim do processo ético em curso na Câmara e que pode resultar na inelegibilidade do deputado Eduardo Cunha. Espero que essa renúncia não seja mais um artifício para driblar a cassação", diz o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia.

Leia também: Brasil está na UTI política e precisamos de soluções, diz Lamachia

Cunha é alvo de processo por quebra de decoro por supostamente ter mentido durante fala na CPI da Petrobras, ocasião em que negou ter posse de contas no exterior. Posteriormente, documentos revelaram que ele e familiares seriam titulares de contas na Suíça. Depois dessa revelação, Cunha admitiu ser usufrutuário de ativos administrados por um truste naquele país. Em votação no Conselho de Ética da Câmara, relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pedia a cassação de Cunha, foi aprovado.

Veja mais: Para Lamachia, permanência de Cunha na presidência da Câmara expõe o Parlamento

A decisão final sobre o futuro do mandato do ex-presidente da Casa depende da votação no Plenário. Isso só acontecerá depois que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara apreciar um recurso em que Cunha tenta anular a votação realizada no Conselho de Ética para impedir sua análise no Plenário.

Leia mais: Lamachia reitera que sociedade espera saída de Cunha da presidência da Câmara

O ímpeto da OAB pelo afastamento de Cunha da presidência da Câmara nasceu exatamente pelas sucessivas manobras realizadas por ele e seus aliados no sentido de protelar o andamento do processo no Conselho de Ética. Já na primeira reunião do Conselho Pleno da OAB sob a gestão de Lamachia, o colegiado decidiu pedir o afastamento cautelar imediato do deputado da presidência da Câmara. Na ocasião, a Ordem decidiu ainda oficiar a Câmara e o STF sobre a decisão.

Veja também: "Câmara recupera sua altivez", afirma presidente da OAB sobre afastamento de Cunha pelo STF

“Pelos fatos e pelas notícias que temos, é importante a manifestação do Conselho Pleno da OAB. Estamos sendo demandados pela sociedade sobre o eventual afastamento do presidente da Câmara. Queremos uma manifestação conjunta da OAB sobre o assunto”, afirmou após aquela deliberação Lamachia.

Leia mais: Conselho de Ética dá "bom exemplo" ao aprovar cassação de Cunha, diz Lamachia

No dia 16 de fevereiro, Lamachia se reuniu com o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, para requerer o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Segundo Lamachia, o parlamentar usava do cargo para atrapalhar as investigações que pesam contra ele. "A OAB entende que o presidente da Câmara dos Deputados, que é réu em ação penal da Lava Jato, usa o cargo que ocupa para atrapalhar o trabalho dos órgãos e instituições incumbidos de investigá-lo”, afirmou Lamachia ao magistrado na ocasião. 

No mesmo dia, o presidente nacional da OAB foi à Câmara dos Deputados entregar o pedido da entidade pelo afastamento imediato de Cunha da presidência da Casa. A OAB sustentou que a permanência do parlamentar no cargo feria o devido processo legal em ações que investigam sua atuação. Lamachia esteve com o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), e apresentou o relatório produzido pelos conselheiros federais em que se pedia o afastamento de Cunha, por risco de interferência no andamento do processo.

Lamachia também ressaltou a Araújo que a permanência do parlamentar no cargo de presidente da Câmara colocava em risco tanto a imagem de Cunha quanto do Congresso. “O deputado Eduardo Cunha, quanto presidente da Câmara, tem condições de interferir no andamento do processo no Conselho de Ética. Na linha do que é melhor para a República, ele deve deixar a Presidência”, explicou o presidente nacional da OAB.

Confira abaixo a repercussão da mídia em função da atuação da OAB pelo afastamento de Cunha da presidência da Câmara:

UOL - Presidente da OAB defende afastamento imediato de Cunha

G1 - Deputados usam Plenário para pedir saída de Cunha após votação no STF

Globonews - Conselho de Ética vai recorrer ao STF para fazer valer decisão sobre Cunha

Band - Cunha tem até o final do mês para apresentar defesa

SBT - Eduardo Cunha tem 10 dias para apresentar defesa ao STF

Correio Braziliense - OAB recomenda a Câmara afastamento do seu presidente Eduardo Cunha

O Globo - Novo presidente da OAB promete luta incansável contra corrupção

Recomendar

Relatar erro

O objetivo desta funcionalidade e de reportar um defeito de funcionamento a equipe técnica de tecnologia da OAB, para tal preencha o formulário abaixo.

Máximo 1000 caracteres