Dario Magalhães será homenageado hoje pela OAB Nacional
Brasília, 07/05/2007 – O Plenário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) homenageará às 19h de hoje (07) o mineiro Dario de Almeida Magalhães, um dos maiores expoentes da advocacia, falecido no dia 13 de março deste ano aos 99 anos de idade. A homenagem será realizada na sede do Centro Cultural Evandro Lins e Silva, em Brasília, e o orador será o conselheiro federal da OAB por Minas Gerais, Aristoteles Atheniense. “Reviver a sua atuação equivale a reencontrar um mineiro excepcional no exercício das causas mais nobres que ele defendeu com inexcedível denodo”, afirmou Atheniense.
Nascido em Belo Horizonte em 26 de fevereiro de 1908, Dario de Almeida Magalhães bacharelou-se em Direito, foi conselheiro da OAB de 1938 a 1958 e destacou-se também como jornalista e empresário, tendo sido diretor do Jornal O Estado de Minas e da sede carioca dos Diários Associados, além de ter presidido o Banco do Estado da Guanabara e o Banerj. Em 1975, quando Caio Mário da Silva Pereira exercia a Presidência do Conselho Federal da OAB, foi-lhe outorgada a medalha “Rui Barbosa”, a mais importante distinção da advocacia nacional, pela sua eficiente atuação em favor do ressurgimento do Estado de Direito.
Dario Magalhães foi advogado de Nelson Rodrigues quando seu livro “O Casamento” foi apreendido por ordem do Ministro da Justiça do governo Castello Branco, saindo-se vencedor na causa em plena vigência do Ato Institucional nº 2. Teve em seu escritório grandes nomes do Direito atual como o ministro do STF, Sepúlveda Pertence, e o ministro do TSE, Cláudio Lacombe. Em razão de ter sido amigo do pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Dario de Almeida Magalhães tentou defender o mandato do ex-presidente da República quando foi instaurado contra ele o processo de impeachment.
Dario Magalhães já havia sofrido derrame há cerca de três anos e meio e, em meados de outubro de 2006 sofreu um enfarte. Viúvo de Elza Hermeto de Almeida Magalhães, com quem teve os filhos Raphael e Thereza, em 1976, casou-se novamente com Maria Imelde Pessoa Farah, deixando seis netos. Sobral Pinto o considerava um de seus maiores amigos, ao lado de quem esteve nas horas mais tumultuadas do cenário político brasileiro, especialmente durante o Estado Novo, quando ambos foram alvo da perseguição desumana da polícia política Felinto Muller.