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Petroleiros denunciam à OAB prejuízos de gás subsidiado a Ceará

sexta-feira, 9 de março de 2007 às 10h45

Rio de Janeiro, 09/03/2007 – O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Hélio Luiz Seidel, esteve hoje (09) no Rio de Janeiro com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e denunciou os graves prejuízos que podem ser gerados ao Brasil se for assinado o protocolo de intenções para o fornecimento de gás subsidiado pela Petrobrás à Usina Siderúrgica do Ceará. A entidade manifestou sua preocupação primeiramente porque o Brasil não possui gás suficiente e denunciou que a oferta do insumo energético de forma subsidiada irá se reverter em ganhos para países como a Coréia do Sul, e não para o Brasil.

Segundo informou Hélio Seidel, a Usina Siderúrgica do Ceará não produz chapas de aço final, mas placas de aço para serem transformadas, na Coréia do Sul, em chapas de aço. “Ou seja, a Coréia vai conseguir produzir chapas de aço a preço mais baixo que as congêneres brasileiras, que não recebem tal subsídio”, criticou o coordenador da Federação. “Não somos contra a Siderúrgica do Ceará, mas se estaria gerando mais prejuízos ao país que benefícios a partir desse negócio. Os poucos empregos gerados no Ceará podem não compensar os prejuízos a todo o País”.

O subsídio do gás brasileiro para a siderúrgica cearense também afetará os investimentos nacionais, prevê o presidente da FUP. Isso porque o governo brasileiro está investindo fortemente para reerguer a indústria naval brasileira. Tal esforço fez com que se retomasse a fabricação de plataformas e se deslanchasse a frota naval nacional. “O país assinar, nesse momento, contratos que viabilizem o fornecimento de insumo energético subsidiado à Coréia do Sul vai na contramão da política já traçada e possibilitará aos coreanos fabricarem navios ainda mais baratos”, acrescentou Seidel, que entregou vasta documentação sobre o assunto ao presidente nacional da OAB.

Os impactos dessa negociação podem afetar, ainda segundo a FUP, toda a cadeia siderúrgica nacional. Isso porque outros compradores de gás da Petrobrás deverão exigir tratamento isonômico, conforme alguns setores já divulgaram. “Pode haver um grande desequilíbrio nessa área de gás, exatamente como ocorreu com relação às termoelétricas herdadas do governo Fernando Henrique Cardoso”, acrescentou Seidel.

A Federação Única dos Petroleiros informou, ainda, que vai tomar todas as providências que lhe cabem para impedir a concretização do protocolo de intenções. “Tem que existir um grande debate público sobre esse tipo de investimento para definir se é justa a oferta desse tipo de subsídio”, afirmou Hélio Seidel. “Que sejam debatidas, principalmente, as conseqüências que se darão sobre toda a cadeia produtiva, tanto do gás quanto da siderurgia nacional”. Cezar Britto está no Rio de Janeiro, onde participa hoje de audiência pública para discutir a violência na cidade, evento realizado na sede da Seccional da OAB fluminense.

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