Belo Horizonte, 20/01/2007 – O editorial “Lista pedagógica” foi publicado na edição de hoje (20) do jornal Tribuna de Minas:

“A lista divulgada pela OAB, na qual nomeou os 87 cursos que devem receber o seu selo de qualidade e em que Minas Gerais teve a melhor performance - Juiz de Fora teve dois cursos citados - é um questionamento formal não às escolas que ficaram fora da relação, mas ao Ministério da Educação, pois é dele a competência para autorizar a abertura de cursos em todo o país. No caso, foram aprovados apenas 31% dos que estão em funcionamento.

Em que pese a forma sempre contundente com que se expressa o presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, ele tem razão quando diz que “temos um ensino jurídico, no geral, que não está preparando as pessoas que a ele recorrem para exercer uma profissão dentro do Judiciário, seja como advogado, magistrado ou membro do Ministério Público”. A iniciativa, como bem lembrou o presidente da Comissão de Ensino Jurídico, Paulo Medina, objetiva apontar cursos que apresentam regularidade de desempenho e não construir um ranking com os melhores cursos de direito do país.

A iniciativa, já na sua terceira edição, é pedagógica sob todos os aspectos. Primeiro, para advertir que não basta abrir um curso para garantir sua eficiência. É preciso estabelecer metas que ultrapassem o viés do lucro, como é norma em alguns segmentos do ensino espalhados pelo país. Não há surpresa quando a OAB deixa pelo menos dois estados fora de sua lista, pois detectou que o ensino era a questão menos importante. Seria interessante que outros segmentos tomassem a mesma iniciativa, não como um ranking, como observou o professor Paulo Medina, mas para advertir aos interessados sobre a importância de fazer um curso de qualidade.

O discurso de que o mercado é que seleciona os melhores é frágil e próprio dos que não têm compromisso com o futuro de seus alunos. Um bom curso tem muito mais condição de gerar um bom profissional. E é isso que deve contar.