OAB: invasão da Câmara é vandalismo típico de Estado anárquico
Brasília, 06/06/2006 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, considerou lamentável a invasão feita pelos militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) ao edifício sede da Câmara dos Deputados. Busato afirmou que vê com preocupação um acontecimento dessa natureza, numa atitude de vandalismo que considerou típica de Estado anárquico. “O Estado Democrático de Direito é de ordem e não de baderna. Não podemos admitir que um símbolo da República, que é o Congresso Nacional, a Casa das leis, seja invadido dessa forma e seja ofendida a cidadania brasileira com um ato dessa natureza”.
Questionado quanto aos motivos que podem ter levado os manifestantes a agirem com violência e atos de vandalismo, Busato afirmou que é grande e aparente a falta de confiabilidade do povo em mudanças sociais e no governo em geral. Ele citou, ainda, a grave crise ética que envolve o governo e o próprio Poder Legislativo, que tem feito o país “sangrar” há mais de um ano.
Essa situação acaba propiciando, a cada dia, uma nova receita indigesta, afirmou o presidente da OAB. “Não podemos mais conviver com esse estado de coisas. É necessário que todos tenham uma postura de responsabilidade, uma postura de ordem e de cumprimento à lei. Não é com anarquia que vamos conseguir modificar esse estado de coisas”, finalizou Busato.
Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas no quebra-quebra promovido pelos manifestantes, que, munidos de pedaços de pau, quebraram as portas de vidro da entrada do Anexo 2, janelas, mesas, terminais de informação, armários e entraram em confronto com os seguranças da Câmara. No local, um automóvel que seria sorteado pela Associação dos Servidores da Câmara foi virado e uma estátua do ex-governador Mário Covas, atirada longe. Segundo manifestantes, o quebra-quebra aconteceu porque eles foram proibidos de entrar na Câmara. Eles cobram a destinação de terras pelo governo para a reforma agrária.