Aquidauana, MS - 14/04/2006 – O presidente naciconal da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, lamentou hoje (14) a morte do jurista Miguel Reale, mas destacou que sua obra ainda ensinará muitos estudantes brasileiros. "Miguel Reale deixa uma obra fantástica e tem muito a nos ensinar". Para Busato, a obra dele deve ser vista como modelo por todos. "Ele era um jurista de vanguarda, um crítico do seu tempo. Era profissional exemplar e um referência". Roberto Busato lembrou que Miguel Reale lutou de forma intensa para a redemocratização do país. O presidente da OAB tomou conhecimento da morte do jurista hoje pela manhã em Aquidauana, distante cerca de 150 kms de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul onde agora à tarde fará uma visita à Subseção da OAB. Ele estará acompanhado do diretor-tesoureiro da entidade, Vladimir Rossi Lourenço.

Segue a nota do presidente nacional da OAB:

"O advogado, professor, escritor e jurisconsulto Miguel Reale entra para a História do Direito brasileiro como um de seus luminares. Honrou e marcou a advocacia brasileira como bem poucos, tornando-se referência de saber jurídico e de conduta moral, ao longo de mais de sete décadas de intensa atuação profissional.

Com sua cultura enciclopédica, sempre a serviço do bem comum, credenciou-se ao respeito e à admiração de seus contemporâneos. Cultor refinado do idioma, era presença destacada na Academia Brasileira de Letras, em que figurava como um de seus mais prolíficos membros. Sua produção livresca conta-se às dezenas e abrange os mais variados campos do saber – da poesia à filosofia, da ensaística política à exegese jurídica.

Autor da monumental "Teoria Tridimensional do Direito", mundialmente conhecida, fazia parte de uma seleta e restrita confraria de filósofos e pensadores da Ciência Jurídica.

Por tudo isso, foi – e continuará sempre sendo – o mestre de todos nós. A OAB, a advocacia e a cultura brasileiras choram a inestimável perda do cidadão Miguel Reale.