Marcos históricos convidam não só à memória, mas também à projeção de futuro. Foi nesse ambiente de reflexão e compromisso que ocorreu a celebração dos 95 anos da Ordem dos Advogados do Brasil, nesta terça-feira (18/11), na sala Martins Pena do Teatro Nacional, em Brasília (DF). Autoridades dos Três Poderes e integrantes do sistema OAB participaram do encontro, marcado por manifestações que reforçaram o papel da instituição na defesa da cidadania e do Estado Democrático de Direito.

Entre as homenagens, Cléa Carpi, agraciada com a Medalha Rui Barbosa, destacou o caráter humano da advocacia e afirmou que “essa dimensão humana que tem o exercício da advocacia, essa voz da liberdade, me encanta até hoje”, manifestando o desejo de que esse espírito siga presente “na alma e no coração de cada jovem advogado, e principalmente no coração da mulher advogada”.

Bernardo Cabral, também homenageado com a Medalha Rui Barbosa, reconheceu a influência decisiva da Ordem em sua trajetória. Em sua mensagem, afirmou que “se não fosse a OAB, eu não teria sido o homem público que fui” e ressaltou que a instituição “não conhece cor nem credo político” e sempre atuou para proteger “as liberdades individuais”, assumindo papel central na defesa dos direitos humanos, da liberdade e da própria Constituinte.

A presidente da Comissão Especial de Direito Tributário do Conselho Federal, Misabel Derzi, enfatizou que a atuação da OAB se mantém firme na defesa das instituições e das garantias constitucionais. Ela afirmou que “a luta da OAB é de persistir defendendo a soberania nacional, nossas instituições públicas, o devido processo legal e os direitos fundamentais”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, reforçou a contribuição histórica da Ordem ao sistema de Justiça ao afirmar que a entidade, ao completar 95 anos, “cumpre papel sobranceiro na defesa das liberdades, das garantias e da cidadania”, destacando ainda a “folha de serviços relevantes prestados ao Brasil”.

O ex-presidente José Sarney ressaltou o protagonismo histórico da entidade e sua importância simbólica para o país. Em sua homenagem, afirmou que “a Ordem dos Advogados do Brasil é mais importante que todas as organizações da sociedade civil, não só pela democratização que tivemos, mas pela defesa intransigente do Estado de Direito”, e observou que “uma nação precisa de ícones, e a OAB é uma legenda nacional”.

O ex-presidente Michel Temer destacou a consolidação dos instrumentos de cidadania após a Constituição de 1988 e ressaltou a contribuição da Ordem nesse processo. Ele afirmou que “a cidadania cresceu substancialmente com a nova ordem constitucional e está sendo preservada”, observando que, apesar de divergências pontuais, “institucionalmente há segurança na manutenção dos instrumentos da cidadania”.

Encerrando as mensagens exibidas, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Pedro Gordilho lembrou o papel transformador da advocacia. Ele afirmou que “o direito nasce da luta” e que não é a autoridade que o outorga, mas sim “a luta das advogadas e dos advogados, representando interesses nacionais e do povo, que promove sua existência”.