O 22º Encontro Nacional da Jovem Advocacia (Enja) chegou ao fim nesta sexta-feira (17/10), em Maceió (AL), reunindo jovens advogadas e advogados de todo o país em debates inspiradores e reflexões sobre o futuro da profissão. Promovido pela OAB Nacional, o evento reforçou o papel ativo da nova geração e a importância da inovação e da diversidade na advocacia.

Na cerimônia de encerramento, o vice-presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Sarmento, destacou que o Enja vai além de um simples evento. Para ele, é “um espaço em que ideias florescem e a troca de experiências impulsiona o crescimento profissional e pessoal, onde a voz da jovem advocacia ressoa com força e clareza”.

Sarmento também ressaltou que a jovem advocacia representa mais do que inovação tecnológica ou novos modelos de negócio. “É também uma renovação nas nossas práticas para desafiar as desigualdades estruturais e promover a justiça social”, afirmou. Ele destacou ainda que a OAB, sob a liderança do presidente Beto Simonetti, tem pautado sua gestão nas urgências da jovem advocacia, que representa metade dos inscritos da Ordem. 

“Para nós, esse é um espaço de escuta e aprendizagem. Nossas diretrizes são ofertar capacitação prática, fortalecer a rede de acolhimento e garantir o respeito às prerrogativas - pilares que sustentam a defesa da cidadania e a atuação livre e digna de toda a advocacia”, acrescentou.

O vice-presidente também enfatizou a relevância dos painéis plurais promovidos pelo Enja, que abordaram interseccionalidade de gênero, raça e classe, liderança feminina e direitos da população LGBTQIA+. “Reconhecer a diversidade da classe e suas singularidades é redirecionar a nossa história em direção a um futuro com mais vida, mais dignidade e mais força”.

Participaram também da solenidade de encerramento o presidente da OAB-AL, Vagner Paes; o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas; e a presidente da Comissão Nacional da Jovem Advocacia e do Conselho da Jovem Advocacia de Alagoas, Gabriela Tavares.

Liderança feminina e papel da juventude

A palestra magna que fechou o 22º Enja ficou a cargo da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marluce Caldas. A ministra fez carreira no Ministério Público de Alagoas antes de assumir uma das cadeiras do STJ. Ela abordou a presença feminina nos espaços de poder, os desafios das mulheres na advocacia e o papel transformador da juventude na profissão.

Marluce destacou a importância da união e da sororidade entre as mulheres, afirmando que “a verdadeira liderança feminina floresce quando é solidária” e lembrando que, embora muitas mulheres estejam nas universidades, ainda são os homens que predominam nas carreiras de poder.

Ela ressaltou também a necessidade de conciliar tecnologia e sensibilidade na prática jurídica, apontando que é responsabilidade do advogado trazer humanidade e provocar mudanças por meio do Direito. 

Dirigindo-se aos jovens advogados, conclamou-os a assumir seu papel na luta por justiça digital, climática e social: “Vocês são os guardiões do amanhã. A advocacia exige coragem para aprender, errar e reaprender, humildade e sabedoria. O Enja é uma imersão na realidade, nos desafios e nas possibilidades para todos nós, operadores do Direito”, finalizou.

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