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Grandes Temas: painel 40, último da XXIII CNAB, debateu desafios da jovem advocacia

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018 às 18h18

Brasília – Na sequência da série “Grandes Temas”, onde o Conselho Federal da OAB traz uma retrospectiva dos debates realizados durante a XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira – realizada em novembro de 2017, em São Paulo – é hora de relembrar o quadragésimo painel do maior evento jurídico do mundo. Leia abaixo: 

O presidente do Painel 40 da XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, realizado nesta quarta-feira (29), classificou o encontro como “épico”, pois, além de contar com palestras dinâmicas e interativas, foi a que contou com maior participação. Os temas foram voltados para a jovem advocacia e tratou em diferentes aspectos os desafios da atualidade. 

A relatora, Gabriela Novis Neves Pereira Lima, iniciou os trabalhos falando sobre a valorização não apenas da juventude, mas da mulher jovem e o papel na OAB. O conselheiro federal da OAB Fabrício de Castro Oliveira afirmou que todo advogado é empreendedor, pois sempre assume riscos na profissão. Por ter grande público jovem presente, falou principalmente, sobre o início da carreira, dando diversas orientações. 

“É preciso trabalhar. Saber a dificuldade de começar, principalmente ao começar do zero. A decisão de montar o próprio escritório é difícil. Esta é uma situação que todos passam e ,muitas vezes, a zona de conforto nos impede de tomar a decisão necessária. Muitos não têm o próprio escritório por medo do que vai acontecer. Não podemos ter medo de encarar o futuro”, declarou.

Ainda na mesma abordagem, Lara Selem, advogada e consultora especialista em planejamento estratégico, composição societária e gestão de pessoas na advocacia, falou mais sobre gestão de escritórios, uma matéria que, segundo ela, não é abordada nas faculdades de Direito. “Entre as bases da gestão legal estão as pessoas, para isso é preciso ter advogados preparados para atender aos clientes, saber com clareza o que faço e para quem faço. É preciso olhar indicadores, ter noção clara de qual é minha posição; clientes, sabendo classificá-los entre ativos, inativos e em prospecção; e finanças, afinal, sustentabilidade financeira é essencial”, afirmou Lara.

Em seguida, o ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, fez uma reflexão sobre a semiótica jurídica, colocando em perspectiva o advogado e o poder da palavra. “Sabemos o poder da palavra. Expressamos sonhos, medos, traumas, angústias por meio dela”. Porém ao falar da palavra na semiótica jurídica, apontou quatro sentidos possíveis para ela. 

“A palavra é: 1. Persuasiva. No direito, trabalha-se com o processo de convencimento. É preciso tomar cuidado com a palavra. 2. Hermenêutica. É necessária compreensão dos textos jurídicos e das pessoas. 3. Heurística. Responsabilidade com a verdade. É preciso ir a fundo para saber o que posso usar dentro da legalidade para defender meu cliente. 4. Pedagógica. É fundamental que os advogados que estão no escritório há mais tempo ajudem os estagiários e se tornem referência”. Concluiu sugerindo aos participantes usarem a palavra para construir e não destruir.

Para falar sobre as Caixas de Assistência no Sistema OAB, Ricardo Peres, coordenador da CONCAD, compartilhou um pouco do início de sua carreira, dos riscos corridos, bem como erros, acertos, conquistas e fracassos. Contou como as Caixas de Assistência começaram, além de mostrar incentivos de como ela possui diversos benefícios. “Elas surgiram para ser o braço da OAB, gerando economia para o associado, garantindo diversos auxílios e acesso a saúde, esporte, cultura, qualificação, aposentadoria e relacionamentos”. Encerrou sua fala motivando a todos a não desistirem dos seus sonhos e a participarem do sistema OAB.

Quanto ao uso das redes sociais, ministrado por Paulo Ralin, vice-presidente da Comissão Nacional da Jovem Advocacia, o grande destaque foi para que os advogados não confundam as vidas pessoal e profissional. “Não pode ter foto de comida, cachorro ou academia no perfil do Instagram do escritório, apenas na rede pessoal”, afirmou. 

A palestra sobre o sucesso no Direito foi estimulante, dinâmica e interativa. O advogado Paulo Nicholas começou a fala no meio do público, caminhando em direção ao palco, de onde chamou pessoas que contam histórias em seu livro de mesmo nome da palestra. Entre eles, Fred Ferraz, Fernanda Marinela e Luiz Flavio Gomes, nomes de sucesso na área jurídica. “A melhor definição de sucesso que já ouvi é ter um sonho, lutar muito por ele e conseguir realizá-lo”, declarou.

Para fechar com chave de ouro, o médico psiquiatra, professor e escritor, considerado o autor mais lido da década, Augusto Cury falou sobre motivação. Ele convidou os participantes a fazerem uma viagem, não como espectadores, mas como alunos. Afirmou que esta deveria ser a geração mais alegre de todos os tempos, porém é a mais triste; deveria ser a mais saudável, devido aos avanços da Medicina, mas é a mais doente, com epidemias de suicídio, depressão. Explicou ainda que nossas características são formadas por janelas formadas a partir da experiência. Temos arquivos traumáticos e nossa tendência é se fixar sempre no pior.

“São quatro os fenômenos, chamados copilotos, que controlam nossa aeronave mental. O gatilho da memória, as janelas da memória (podendo ser neutras, light ou killer), âncora da memória (que fecha o circuito da memória, por isso não conseguimos pensar) e a síndrome do predador preso (quando reagimos de maneira impulsiva, geralmente nos primeiros 30 segundos do foco de tensão). “Motivação não se constrói apenas pelo ânimo e emoção, mas quando nossa mente se abre para entender a complexidade da nossa psique. Temos que conhecer os bastidores da mente em níveis profundos”, declarou.


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