Pará reprova 81,9% em exame, um dos piores índices da história
Brasília, 16/05/2005 – A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará registrou um dos mais altos índices de reprovação no Exame de Ordem de toda a sua história. Somente 18,01% dos 663 inscritos conseguiram ser aprovados no exame, deixando à margem um percentual de 81,99% candidatos, que não alcançaram a pontuação mínima para aprovação. Segundo o secretário-geral e presidente do setor de Exame de Ordem da OAB paraense, Edilson Dantas, o resultado é um retrato da má qualificação dos estudantes, sobretudo os graduados em cursos particulares, instituições que estariam favorecendo o ingresso de pessoas sem a formação mínima para iniciar um curso de Direito.
Foram realizadas duas provas, a primeira (objetiva) no dia 13 março, e última (prático-profissional) no dia 8 de abril. O exame foi aplicado na capital, Belém, onde foi registrado o maior número de inscritos – 502 candidatos – e nos municípios de Marabá e Santarém. Participaram do exame alunos graduados de mais de seis instituições universitárias do Pará, sendo que a única de ensino pública, a Universidade Federal do Pará (UFPA), foi a que mais conseguiu aprovar, com índice de 8,39% de êxito. O maior percentual de reprovação é de uma universidade particular, que alcançou 32,45% de baixo rendimento.
Conforme as estatísticas do setor de Exame de Ordem da OAB-PA, os candidatos paraenses sentiram mais dificuldade ao responder as questões de Direito Civil, disciplina responsável por 90,63% dos não-aprovados nas provas. Em seguida aparecem o Direito Penal, que reprovou 82,25% dos candidatos, e o Direito Administrativo, com 81,18% de reprovação.
O resultado não surpreendeu o presidente da OAB do Pará, Ophir Cavalcante Junior, diante da massificação do ensino e da criação exagerada de faculdades. Para ele, "as universidades não estão formando como deveriam e os alunos não se empenham, cabendo à OAB funcionar como uma espécie de crivo, em que se sobressaem aqueles que efetivamente tem compromisso".