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Decano da OAB: Meirelles deveria renunciar e não ser ministro

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004 às 17h18

Brasília, 09/12/2004 - O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil por Minas Gerais, Gustavo Branco, decano do Conselho, criticou hoje (09) duramente a aprovação da medida provisória pelo Senado Federal conferindo status de ministro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. “Sou visceralmente contrário a isso, pois acho que, se havia alguma acusação pesando contra ele, ele deveria renunciar ao cargo e ir perante a Justiça responder a essas acusações”, afirmou Branco.

“Eu não compreendo linha reta quebrada”, disse o conselheiro federal da OAB, de 90 anos. Para ele, Henrique Meirelles “passou a ser um subministro, uma vez ministro subordinado a outro ministro” - no caso, o da Fazenda, a quem está vinculado o Banco Central. Na opinião de Branco, a posição de Meirelles “é indefensável”.

Segundo ele, diante da divulgação das supostas irregularidades cometidas por Meirelles, como remessas de dólares ao exterior não declaradas, “sua atitude deveria ser despir-se de todas as imunidades se ele as tiver e enfrentar e dizer a verdade como ela deve ser dita; e não permitir que se criasse em torno dele uma auréola de desconfiança, uma auréola negra”.

O decano do Conselho Federal da OAB - que já foi juiz do Trabalho e presidente da Seccional da OAB de Minas Gerais, tendo advogado ao lado de expressões como Milton Campos e Tancredo Neves - confessou também que chegou a ser admirador de Henrique Meirelles no início do governo, mas hoje diz estar decepcionado.

“Eu tinha uma ótima impressão desse cidadão. Pensava que ele fosse um homem realmente puro, mas depois verifiquei que se o fosse, a primeira coisa que deveria fazer, quando foi mandada ao Congresso a proposta da sua blindagem, sua primeira atitude deveria ser a de pedir demissão e dizer ''não, eu vou perante a Justiua responder''. Mas não o fez”, relatou Gustavo Branco.

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