Vidigal diz a Fittipaldi que Judiciário é uma tartaruga
Brasília, 03/12/2004 - Durante audiência concedida ao empresário e ex-piloto Emerson Fittipaldi, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, afirmou que o Poder Judiciário precisa "perder a imagem da tartaruga", numa alusão à lentidão do animal. Para o ministro, o Judiciário deverá ser comparado no futuro a uma lebre ou outro animal mais veloz. Na avaliação do ministro, isso será conseguido quando for equacionada a morosidade do Judiciário.
"Nós, aqui no Judiciário, temos muita inveja do Emerson Fittipaldi porque nós padecemos da síndrome da tartaruga. É a morosidade judicial. Mas estamos interessados, com a reforma do Judiciário, em derrubar isso, botar essa tartaruga para encostar um pouco na pista e colocar quem sabe talvez uma lebre que não consiga ter a velocidade dos carros do Emerson, mas que consiga, de alguma maneira, também dar orgulho e satisfação ao povo brasileiro", disse.
O encontro no gabinete da Presidência do STJ teve por objetivo a troca de opiniões sobre automobilismo e o funcionamento do Judiciário. O ministro Vidigal informou o ex-piloto sobre o modelo brasileiro, com forte influência do judiciário francês. Disse que, enquanto no Brasil, prevalece a competência da União para legislar sobre os mais diversos temas, nos Estados Unidos cada um dos estados é independente para formular e fazer cumprir as leis.
O ministro Vidigal explicou também que o Poder Judiciário da América do Sul, que, na semana passada, promoveu a primeira reunião para tratar das reformas constitucionais, caminha para a formação de um bloco com objetivo de assegurar o cumprimento dos contratos e, dentre outras questões, assegurar o respeito à propriedade privada.