Brasília, 24/11/2004 - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia, Dinailton Oliveira, comunicou hoje (24) ao presidente nacional da entidade, Roberto Busato, que 58% dos bacharéis em Direito que prestaram o segundo Exame de Ordem do ano na Bahia foram reprovados. A tendência é de um aumento ainda maior na estatística de reprovados nas próximas avaliações, conforme prevê Dinailton Oliveira.

“Aumenta-se a quantidade de faculdades, mas não há qualquer preocupação com a qualificação dos professores". No primeiro exame do ano realizado pela Secional, em março último, o número de reprovados após a fase de recursos totalizou 40,41%. Conforme declarações de vários candidatos, a dificuldade maior esteve na segunda fase (prova prática) porque as faculdades não preparam suficientemente os alunos para o exercício da profissão de advogado.

Com relação a essa reclamação, Dinailton Oliveira frisou que está previsto na grade curricular acadêmica o cumprimento de estágio profissional obrigatório. "Se não o fazem, as faculdades estão desrespeitando esse critério e, com isso, chegam ao mercado profissionais sem capacitação”, afirmou ele. “Não queremos reserva de mercado. Por mim, teríamos 100 escolas funcionando, desde que elas fossem capazes de preparar bem o profissional”.

Na avaliação do presidente da OAB da Bahia, o baixo percentual de aprovação está diretamente relacionado à abertura de um grande número de faculdades de Direito em Salvador, instituições de ensino que, segundo ele, funcionam sem os requisitos tão almejados para a qualidade de ensino. "Nesse último exame, já tivemos profissionais formados pelas escolas que foram inauguradas nos últimos cinco anos”, afirmou Dinailton Oliveira. Os bacharéis em Direito têm até o dia de hoje para dar entrada nos recursos com os pedidos de revisão de prova.