CNDH acha frustrante decisão dos EUA sobre brasileiros presos
Brasília, 10/11/2004 - O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da Ordem dos Advogados do Brasil, Edísio Simões Souto, considerou hoje “um avanço, mas ainda muito pouco”, a decisão da Justiça americana de manter em prisão domiciliar os dois brasileiros presos em Miami (EUA), quando tentavam voltar ao Brasil transportando uma bomba de sucção de fabricação de pranchas de surfe. Ele informou ao presidente nacional da OAB, Roberto Busato, o resultado do julgamento da Justiça, no início da tarde de hoje.
“O que a OAB e a nação brasileira querem é ver os dois brasileiros com suas famílias, nas suas respectivas casas, no seio das suas famílias, porque eles não cometerem crime nenhum e ninguém pode pagar por crime que não cometeu”, sustentou Edísio Souto. Para ele, brasileiros a decisão frustrou os brasileiros e a Justiça americana extrapola ao manter o paraibano Misael Mendonça Cabral, 29 anos, e o carioca Daniel Correia, 26 anos, sob regime de prisão domiciliar, aguardando o julgamento final do processo.
Os dois brasileiros foram presos no dia 28 de outubro pelo Serviço de Segurança Norte-Americano de Aeroportos, quando mencionaram a existência da “uma bomba” dentro de sua mala. Algemados, os dois foram levados para um presídio em Miami, onde permaneciam até hoje, a despeito da descoberta da polícia de que se trata de bomba de sução para fabricação de pranchas, sem qualquer perigo. A mãe de Misael, Ângela Cabral, que mora em João Pessoa (PB), recebeu um único telefonema do filho. Foi designado um advogado da Defensoria Pública dos Estados Unidos para acompanhar o caso em Miami, mas o profissional faltou à primeira audiência.