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35 anos da Carta Bomba: Museu da OAB ganha nome de Lyda Monteiro

quarta-feira, 26 de agosto de 2015 às 21h21

Brasília – Um dos mais tristes momentos dos 85 anos de história da OAB é lembrado nesta quinta-feira (27) e marca mais uma homenagem da Ordem a Lyda Monteiro da Silva, que passa a dar nome ao museu da entidade, em Brasília.

“Trata-se de uma justa homenagem a Lyda e sua família, mas, principalmente, uma lembrança permanente para reforçar na memória de todos quão grandes foram os erros cometidos no passado e assim não voltar a cometê-los”, afirmou o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

O presidente ressaltou que a morte de Lyda, em 27 de agosto de 1980, ocorreu em razão da atuação firme do então presidente, Eduardo Seabra Fagundes, contra o autoritarismo e a violência que insistiam em não dar o tão esperado espaço para a democracia.

“A OAB era a voz mais forte na luta pela defesa do Estado Democrático de Direito e assim tem sido. Aprendemos ao longo dos anos que para os males da democracia só há um remédio: mais democracia”, asseverou.

A mesa de dona Lyda, com as marcas deixadas pela bomba que levou sua vida, está exposta no Memorial da OAB, em Brasília.

Durante o descerramento da faixa com o nome de Lyda no Museu Histórico da OAB, Marcus Vinicius relembrou a memória da funcionária, que trabalhou por mais de 40 anos na entidade. A cerimônia foi acompanhada por funcionários atuais do Conselho Federal.

“Lyda entrou para a história como o símbolo contra a repressão e a favor da liberdade e da democracia, uma mártir da história da OAB. Homenageamos aqui toda a sociedade brasileira, que merece ter tolerância, resolvendo os conflitos sem uso da força, mas com diálogo e civilidade. É também um agradecimento da Ordem a seus funcionários de ontem e de hoje”, afirmou.

Em 2014, durante a XXII Conferência Nacional dos Advogados, ocorrida no Rio de Janeiro, a OAB homenageou dona Lyda. A placa de homenagem foi entregue pela diretoria da entidade ao advogado Felipe Monteiro da Silva, filho da vítima.

Atentado

O atentado, executado na forma de um envelope que chegara como correspondência destinada ao então presidente do Conselho Federal, ocorreu justamente quando a Seccional de São Paulo e o presidente nacional da Ordem, na qualidade de delegado do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, insistiam na identificação de agentes e ex-agentes dos serviços de segurança suspeitos do atentado sofrido pelo jurista Dalmo Dallari - sequestrado e agredido em 2 de julho de 1980, em São Paulo - que terminou arquivado.

O Conselho Federal empenhou-se em ver o caso apurado, mas não teve êxito, e, até hoje, o nome Lyda Monteiro da Silva aparece como um estigma da impunidade com que agiam os contrários à abertura do regime, ressaltando a inoperância e a desatenção do governo.

(LR)

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