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Comando de greve acredita que movimento pode terminar hoje

segunda-feira, 27 de setembro de 2004 às 13h04

São Paulo (SP), 27/07/2004 - O presidente da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Gozzi, afirmou há pouco, após encontro com o secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, que há chances da greve do Judiciário paulista terminar nas próximas horas. “Mas depende de uma formalização melhor das propostas por parte do Tribunal de Justiça”, condicionou ele, afirmando que os servidores ainda negociam a realização de mutirão para compensar os dias parados e atualizar os processos acumulados.Os servidores praticamente já aceitaram o índice de 14% de reajuste e uma reposição salarial para início do próximo ano, com o novo orçamento, em porcentual ainda não definido.

A seguir, a íntegra da entrevista de José Gozzi:

P - Quais são as reivindicações nesse momento dos grevistas?
R - Estamos reivindicando a reposição salarial nos últimos dois anos. Pelos nossos cálculos, o IGPM de 39,19; pelos cálculos do Tribunal, INPC de 26,39%. Portanto, o Tribunal nos ofereceu os 26,39% e nós aceitamos, em assembléia na praça João Mendes. O fato é que após termos aceito os 26,39% e o Tribunal ter publicado esse percentual, dez dias depois ele retirou dizendo que o governo do Estado não repassou o dinheiro para que ele desse os 26,39%. Além da questão salarial, reivindicamos também melhores condições de trabalho, porque aqui nos fóruns de São Paulo, tanto da capital quanto do interior, temos muitas vezes que levar de casa cadeiras, computadores, às vezes mesa, e outros instrumentos de trabalho. Então, as condições de trabalho precisam ser melhoradas para que possamos oferecer melhor atendimento à população.

P - Qual a contribuição que o senhor acha que a OAB pode dar nesse momento da greve?
R - Primeiro, fortalecer o próprio Poder Judiciário do Estado de São Paulo, que hoje nos parece um anexo do Executivo. Hoje, o TJ pede ao Executivo mas não é atendido, não há verbas para instalar cartórios, estamos com falta de doze mil funcionários e não há verbas para contratação de novos funcionários, não há verbas para dar a reposição aos funcionários. E é necessário também uma transparência maior do Tribunal de Justiça, como o fim das sessões secretas, que o orçamento seja mais claro para toda a população de São Paulo.

P - Como a Associação vê a proposta que foi feita pelo TJ para a compensação dos dias, de retirar licença-prêmios e períodos de férias?
R - Entendemos que foi uma proposta equivocada. Se tivemos 90 dias de greve, o que precisamos agora é colocar o serviço no mesmo patamar que estava antes da greve. Para que isto aconteça estamos propondo mutirão de trabalho. Mas o Tribunal só quer castigar os funcionários. Ele não quer mutirão para deixar os trabalhos em dia, quer que os trabalhos continuem atrasados e quer apenas pegar no dinheiro que nos devia há anos. Quer descontar com dias de férias e de licença-prêmio que ele não paga os dias que ficamos parados.

P - Há alguma chance dessa greve terminar hoje?
R - Depende da formalização melhor das propostas por parte do Tribunal. E veja que índice de reposição ficou muitíssimo abaixo do que reivindicamos, 14% só, e estamos até aguardando que no início do próximo ano, com o novo orçamento, consigamos ter a reposição da inflação. Mas o fato é que o Tribunal tem que nos prometer, além disso, suspensão dos processos administrativos, que é um mero castigo disciplinar, e realmente reconhecer que precisamos de um mutirão para colocar os processos em dia.

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