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Barroso: OAB destaca biografia pautada em causas republicanas

quarta-feira, 5 de junho de 2013 às 21h32

Brasília – “Trouxemos o apoio da OAB a um advogado comprometido com o pluralismo, com a tolerância e as liberdades públicas e individuais. Alguém à altura das exigências atuais dos homens públicos”. A afirmação foi feita pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado,na noite desta quarta-feira (05), ao enaltecer a aprovação do nome do constitucionalista Luis Roberto Barroso pelo plenário do Senado, por 59 votos a 6, para ministro do Supremo Tribunal Federal. Durante todo o dia, Marcus Vinicius  acompanhou no plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a sabatina do advogado Luis Roberto Barroso para vaga de ministro do STF aberta com a aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto. Barroso foi indicado ao cargo dia 23 de maio pela presidente Dilma Rousseff. Após cerca de oito horas de sabatina, Barroso recebeu 26 votos ratificando a indicação na CCJ entre 27 senadores votantes. Aprovado pelo Senado, ele será agora nomeado para que o Supemo providencie a data da posse.

A despeito do único voto contrário na CCJ, à unanimidade os senadores elogiaram a indicação, bem como  a conduta, a vida acadêmica, a atuação como advogado e a qualidade das respostas de Luis Roberto Barroso às questões formuladas. O indicado a ministro do STF foi muito aplaudido nas considerações finais na sabatina, quando se emocionou  ao afirmar que espera, no cargo, "ter sabedoria para identificar o lado do bem no caso concreto, o que é difícil, e ter coragem moral para fazer o que deve ser feito".

Ao final da sabatina, o presidente da OAB - que acompanhou as oito horas de exposições ao lado de Barroso - afirmou que constitui um grande alento à democracia brasileira a indicação de mais um advogado militante para assumir uma cadeira no STF e sua legitimação pelo Congresso Nacional. “Os advogados são paladinos da democracia e constituem a principal resistência contra regimes autoritários, contra o arbítrio e atos abusivos”, afirmou Marcus Vinicius, ressaltando que a indicação do nome de Barroso e sua ratificação pela CCJ do Senado resultam de uma biografia pautada na defesa das causas republicanas.

O presidente da OAB registrou, ainda, a importante contribuição que vem sendo dada pelos demais ministros do STF, ainda que não oriundos da advocacia, para a garantia do devido processo legal e do estado democrático de direito. “Ainda que se faça esse registro, a importância de termos mais um advogado militante na composição do STF é uma satisfação para a OAB e digno de muita comemoração”.

Também acompanharam a sabatina no plenário, pela OAB, o secretário-geral, Claudio Souza Neto; o medalha Rui Barbosa da OAB, José Afonso da Silva; e o presidente da Seccional da OAB do Rio de Janeiro, Felipe Santa Cruz. Também estiveram presentes advogados, vários ministros do Superior Tribunal de Justiça e do STF.

Biografia

Nascido na cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro, e formado em Direito pela Faculdade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e doutorado pela Universidade de Harvard, Barroso afirmou na sabatina que crê no bem, na Justiça dos homens e na tolerância. Ele é também membro-consultor da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB e da Comissão de Temário da XXII Conferência Nacional dos Advogados, que acontecerá em 2014 no Rio de Janeiro, promovida pela entidade.

“A justiça às vezes tarda e às vezes falha, mas conheço uma legião de pessoas que se dedica a concretizá-la. A Justiça que eu desejo precisa proteger direitos, estabelecer deveres e este deve ser o ideal que nos move”, afirmou Barroso durante a sabatina, acrescentando que a falta de celeridade no julgamento dos processos é das maiores mazelas do Judiciário. Ele ainda defendeu o constitucionalismo democrático, com o “constitucionalismo” significando o Estado de Direito e respeito aos direitos fundamentais e “democrático” representando o governo do povo e a soberania popular.

Na sabatina, Barroso respondeu questionamentos sobre o ativismo judicial nos tempos atuais; sobre a atuação normativa do Conselho Nacional de Justiça; união homoafetiva; redução da maioridade penal como cláusula pétrea e sobre sua atuação no STF quando do julgamento da interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. Também foi questionado sobre os direitos dos parlamentares condenados pelo cometimento de crimes; a regulação da liberdade de imprensa e do direito de resposta; além da modulação das decisões pelo STF e da internação compulsória de usuários de crack e outras drogas.

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