Editorial: O cidadão fiscalizador
Porto Alegre, 24/01/2011 - O editorial " O cidadão fiscalizador" foi publicado na edição de hoje do jornal Zero Hora, de Porto Alegre:
"Repercute em todo o País a iniciativa da OAB de questionar as pensões vitalícias pagas por alguns Estados aos ex-governadores. Antes mesmo de encaminhar ao STF ações diretas de inconstitucionalidade destinadas a cassar o privilégio, a entidade já conseguiu mobilizar a opinião pública contra uma evidente imoralidade que adquiriu status legal devido à esperteza de alguns políticos e à inércia de cidadãos. Felizmente, os brasileiros têm se manifestado para cobrar probidade e ética dos representantes políticos.
Não cabe só a entidades tradicionais como a OAB a tarefa de denunciar irregularidades e acionar os poderes públicos para corrigi-las. Todos podem fazer. Outras medidas podem ser adotadas para prevenir, criticar e coibir deformações na área pública. A defesa da ética é uma responsabilidade coletiva, pois, quando os cidadãos se omitem, os espertalhões se aproveitam para agir.
É importante que os indivíduos se organizem e busquem os caminhos legais e democráticos para levar adiante seus pleitos. Além do voto, que é o principal instrumento de seleção e exclusão dos maus políticos, os cidadãos podem e devem utilizar os novos mecanismos de comunicação para exercer a fiscalização sobre seus representantes, de modo a evitar que privilégios adquiridos à sombra da omissão coletiva se transformem em obstáculos legais difíceis de remover".