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Editorial: Médicos em bateria de testes

terça-feira, 1 de junho de 2010 às 11h09

Porto Alegre (RS), 01/06/2010 - O editorial "Médicos em bateria de testes" foi publicado na edição de hoje (01) do jornal Correio do Povo (RS):

"Pode até não vir a ser a melhor solução, mas o governo federal, finalmente, tomou uma decisão acerca do que fazer para permitir a habilitação de brasileiros que cursaram Medicina em outros países. Agora, eles poderão fazer uma prova de conhecimentos práticos e teóricos, nos moldes do que já é feito por algumas categorias, como a prova nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A validação do diploma dependerá de aprovação nesse exame nacional. Não se sabe ainda se essa modalidade de aferição será mantida, mas, certamente, depois da edição 2010, haverá um balanço de sua eficácia e da necessidade de mantê-la ou não.

O teste para os jovens médicos vem preencher uma lacuna acerca dos casos de estudantes que emigraram para fazer seus cursos em países tão variados como Argentina, Cuba e Bolívia. Não que antes não houvesse uma forma de revalidação, mas ela era feita por universidades públicas sem a celeridade necessária, com custos demasiados. Um processo de revalidação de um diploma chegava a levar cinco anos. Com a prova nacional, haverá menos gastos e uma tramitação abreviada. No total, inscreveram-se para a avaliação 632 candidatos, com diplomação oriunda de 32 países.

A adoção do sistema avaliativo no país aumenta as responsabilidades do Ministério da Educação (MEC). Como se trata de um aval para médicos, que irão lidar com a vida de pacientes, é preciso que a prova seja bem elaborada, de modo a realmente medir conhecimentos. Além disso, é urgente cobrar desde já algo que parece comezinho, mas que tem se tornado uma dor de cabeça no Brasil: o sigilo das provas. Só dessa maneira se poderá aplicar um instrumento que realmente seja o espelho do aprendizado de anos de estudos por parte dos participantes do certame. O MEC terá de lutar contra seu próprio histórico de vazamento de avaliações, como ocorreu no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) recentemente.

Um outro ponto a ser considerado é que é mister se ter mecanismos de conhecer a universidade de origem, para que o candidato não tenha sua formação numa instituição sem um padrão mínimo de qualidade. Com algumas cautelas, para evitar aventureiros numa área tão vital, pode-se chegar a um aumento de médicos num país em que a saúde vive na UTI, também por carência numérica desses profissionais."

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