Rio de Janeiro, 16/04/2010 - "O passado dos dias da ditadura militar é uma página não virada da história do Brasil". A afirmação foi feita pelo presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao lançar, na sede da entidade, a Campanha pela Memória e pela Verdade, estrelada por grandes nomes da dramaturgia em defesa da abertura dos arquivos da ditadura. Wadih classificou o ato como uma defesa da memória, para contar a verdade sobre o que aconteceu com os desaparecidos políticos da época do regime militar. "É importante que as novas gerações saibam o que aconteceu nos anos de chumbo. Saibam que houve torturas, assassinatos, perseguições e que muitos brasileiros desapareceram sem deixar rastro por conta de suas convicções políticas". O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, participou juntamente com Wadih da abertura da campanha.

Ainda segundo o presidente da OAB-RJ, "é preciso conhecer o passado para que possamos entender o presente e nosso futuro". Para Wadih, todos os brasileiros têm direito de conhecer sua história e ter a exata noção do que ocorreu nos anos da ditadura para que a mentira nunca mais prevaleça. "Essa demanda é tão atual que há duas semanas dois generais da época do regime militar deram declarações dizendo que não houve perseguidos políticos no Brasil e que os que deixaram o país saíram fugidos, o que é uma grande mentira".

A campanha, lançada hoje, prevê a exibição de filmetes estrelados por Fernanda Montenegro, José Mayer, Eliane Giardini, Mauro Mendonça, Osmar Prado, entre outros, que interpretarão pessoas que foram torturadas e mortas durante o regime militar, estando até hoje desaparecidas. As histórias dessas pessoas serão revividas em filmes de 30 segundos que integram a campanha idealizada pela OAB-RJ. "Precisamos fazer com que as pessoas se lembrem do que aconteceu e saibam a verdade. Esperamos que muitos outros atos como esse se repitam pelo Brasil", acrescentou Wadih Damous.

Também acompanham o lançamento da campanha no Rio de Janeiro os presidentes das Seccionais da OAB do Distrito Federal, Francisco Caputo, e do Espírito Santo, Homero Junger Mafra. Também está presente o ministro Paulo de Tarso Vanucchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.