Maceió (AL), 18/02/2010 - O editorial "Sem corporativismo" foi publicado na edição de hoje (18) do jornal "Gazeta de Alagoas":

"Sem pretender prejulgar em relação a um caso específico (ainda em tramitação nas instâncias competentes), merece destaque e considerações a recente polêmica envolvendo posicionamento da Seccional Alagoas da Ordem dos Advogados do Brasil.

Ao se posicionar acerca do escandaloso caso da (recorrente) fraude no seguro para vítimas de acidentes com veículos automotores, a OAB/AL proporcionou à sociedade um importante momento de revisão em paradigmas equivocados e vícios corporativos.

Ousou a OAB/AL abrir os olhos e dizer, em alto e bom som, que não acobertaria erros crassos e/ou delitos de portadores da carteira da Ordem e/ou membros do sistema Judiciário. E, sendo ainda mais cidadã, a entidade apoiou a iniciativa conjunta do Ministério Público, Justiça e Polícia na investigação e ações contra as quadrilhas de fraudadores do seguro Dpvat.

Agiu de forma correta a OAB, numa atitude corajosa e que valoriza não só a entidade representativa que é, mas valoriza especialmente a categoria profissional a que representa, pois, através deste seu posicionamento, toda advocacia alagoana reafirmou seu compromisso com a Justiça, com a Lei e com a ética.

Compromissos esses que não permitem o acobertamento de delitos e/ou crimes cometidos por quem quer que seja, especialmente por quem pode, através do desvio criminoso no exercício da profissão, comprometer a honra de toda uma categoria.

Esta é uma atitude merecedora de atenção e elogio, pois, infelizmente, os vícios corporativos muito atrapalham a representatividade das entidades. Sindicatos, associações e fóruns específicos, tendem, perigosamente, para a defesa incondicional de quaisquer de seus integrantes, obstaculizando investigações as mais diversas em nome das bases. Independente da base, a Justiça e a cidadania devem estar em primeiro lugar."