OAB-RJ: favelas e comunidades carentes se tornaram terra de ninguém
Rio de Janeiro, 09/08/2009 - O presidente da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, afirmou hoje (09) que as favelas e as comunidades pobres da cidade do Rio de Janeiro se tornaram "terra de ninguém" porque não há a presença do Estado nestes locais e, consequentemente, há uma carência total de políticas sociais. "Espero que políticas de governo, democráticas e cidadãs, na área de segurança pública, transformem-se em efetivas políticas de Estado". Para Damous, " a democracia deve envolver, também, o espaço cultural. Os bailes funks devem ser permitidos, mas regulados como todos e quaisquer shows e casas de espetáculos".
Segundo o presidente da Seccional da OAB do Rio de Janeiro, não é desejável que as comunidades "pacificadas" vivam sob um estado policial. A vida civil - disse - é regulada por direitos e obrigações e não por hierarquias produzidas pela caserna. "É imperioso proteger os moradores daquelas comunidades de prováveis efeitos econômicos perversos, antes inexistentes, como, por exemplo, aumento da conta de energia e especulação imobiliária".
Em caso contrário - prosseguiu Damous - as ocupações policiais propiciarão um novo "bota abaixo" do governo, reservando essas áreas, normalmente com belas vistas panorâmicas, aos "nobres" e expulsando a "raia miuda" para as periferias da cidade e, assim, reiniciando o processo de "terra de ninguém".