OAB-MS considera "estapafúrdia" posição do desembargador Vladimir
Campo Grande (MS), 05/12/2008 - "Agressiva, ofensiva e estapafúrdia". Assim, o presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Fábio Trad, classificou a declaração do desembargador Vladimir Abreu da Silva que, ao tentar justificar o anteprojeto de lei que o Tribunal de Justiça que prevê aumento de até 3 mil por cento nas custas judiciais, acusou a OAB-MS de estar "preocupada apenas com o lucro dos advogados". Segundo Trad, o "tarifaço" pode tornar inacessível a justiça para as camadas mais carentes da sociedade civil, tornando dessa forma a justiça um artigo de luxo para a classe média de Mato Grosso do Sul.
Na Nota de Repúdio, o presidente da OAB-MS frisa que, "além da OAB, dez outras entidades não ligadas ao mundo jurídico também defendem a rejeição do projeto". E acrescenta: "Lucro quem está perseguindo é a índice obsceno de taxa que o Tribunal de Justiça quem impingir à classe média assalariada de Mato Grosso do Sul."
Eis a íntegra da Nota de Repúdio divulgada hojepela OAB-MS:
A afirmação do desembargador Vladimir Abreu da Silva de que a OAB está em defesa dos lucros dos advogados é agressiva, ofensiva e estapafúrdia, pois, além da OAB, dez outras entidades não ligadas ao mundo jurídico (Federação das Indústrias - Fiems; Associação Comercial e Industrial de Campo Grande - ACICG; Federação do Comércio - Fecomércio-MS; Federação da Agricultura e Pecuária - Famasul; Sindicato da Habitação - Secovi-MS; União Estadual de Estudantes - UEE; Diretório Central de Estudantes da UCDB; Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande; Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de MS; Diretório Central de Estudantes (DCE) da Faculdade Estácio de Sá e Comunidade Santa Terezinha - São Judas Tadeu) também defendem a rejeição do projeto.
Advogado não vive de lucro, mas de honorários, palavra que deriva de honra e é o que dignifica o trabalho sagrado do advogado. Lucro quem está perseguindo é a índice obsceno de taxa que o Tribunal de Justiça quem impingir à classe média assalariada de Mato Grosso do Sul.
Se esta mesma agressividade fosse utilizada para dizer não a quem reduziu o duodécimo, como o fez o TJ do Rio Grande do Sul, a OAB seria poupada desta ofensa que só compromete a boa relação construída ao longo deste mandato pelas duas instituições.
Fábio Trad, Presidente da OAB-MS.