Britto rebate procurador-geral e diz 'Brasil é, sim, país da grampolândia'
Brasília, 04/09/2008 - "Exatamente por conhecer o trabalho da polícia e do Ministério Público é que eu afirmei que o Brasil é o país da grampolândia. Já é perceptível a insegurança de todos no que se refere a falar com segurança ao telefone e aí eu pergunto: alguém tem confiança quando conversa ao telefone no Brasil?" O questionamento foi feito pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, em entrevista concedida hoje (04), ao rebater afirmação dada nesta quarta-feira pelo procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, de que a OAB critica a grampolândia por não conhecer o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal e o MP.
O presidente OAB afirmou que estimativas indicam que, no País, há milhares de pessoas que podem estar grampeadas nesse momento, exagero que, segundo Britto, tem sido cometido com a autorização da Justiça e a interveniência do Ministério Público. "É por isso que a OAB tem chamado a sociedade à reflexão", afirmou Britto. "Não fiz uma crítica apenas para demonstrar que isso ocorre, mas uma reflexão para que isso não mais ocorra. Nós vivemos em uma democracia e ela pressupõe respeito ao cidadão".