Tarso Genro participa de debate sobre impunidade na OAB-RJ
Rio de Janeiro, 24/07/2008 - O ministro da Justiça, Tarso Genro, participou de ato público promovido hoje (24) pela Seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) em defesa da ampla investigação de todos os crimes de colarinho branco no Brasil e manifestou apoio à iniciativa da entidade de criar uma comissão nacional de combate à corrupção e à impunidade. "A OAB está na vanguarda desse processo, sempre esteve e o presidente Cezar Britto tem todo o meu apoio. Em qualquer sistema jurídico, em qualquer Estado de Direito o processo judicial é ambíguo, porque é necessário equilibrar direitos e garantias individuais com a persecução policial, com o combate à corrupção. Não devemos lamentar o que tem ocorrido, e sim comemorar os avanços no combate à corrupção", disse Tarso Genro.
Para o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, a idéia de que o Brasil é o país da impunidade só é válida do ponto de vista da grande corrupção. "Se visitarmos o sistema penitenciário, observarmos quem lá se hospeda e o tratamento que o aparelho de Estado dispensa a determinados setores da população brasileira. Esse não é o país da impunidade. Os milhares de jovens pretos e favelados dos bairros pobres brasileiros sabem o peso da mão do Estado. Agora, entre os extratos superiores da população, se examinarmos aqueles que praticam os chamados crimes do colarinho branco, aí sim poderíamos dizer que, infelizmente, o Brasil ainda é o país da impunidade.
Esse é o verdadeiro crime organizado, pela sofisticação, pelo aparato tecnológico que permite desviar recursos num teclar de dedos no computador, com ramificações em todos os setores do aparelho estatal. Pelo seu poderio econômico e político, esse é o verdadeiro crime organizado existente no Brasil, e é esse que deve ser combatido sem quartel, e a OAB apóia esse combate", afirmou Wadih.
Entre diversas autoridades e entidades presentes, a mesa diretora dos trabalhos foi composta pelo ministro Tarso Genro e pelo presidente Wadih Damous, além do conselheiro federal da OAB pelo Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Levenzon (que coordena o Grupo de Trabalho do Conselho Federal encarregado de estudar propostas para uma campanha nacional contra a corrupção); Henrique Maués, vice-presidente do IAB; deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ); Lúcia Stumpf, presidente da UNE; e do presidente do Sindicato dos Advogados, Sérgio Batalha.