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OAB-RJ: fracasso da segurança pública está na raiz da morte de menino no Rio

terça-feira, 8 de julho de 2008 às 17h28

Rio de Janeiro, 08/07/2008 - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, responsabilizou hoje (08) diretamente as autoridades estaduais pela morte do menino João Roberto, de 3 anos, metralhado por três dos 15 tiros disparados por policiais contra o carro de sua mãe, na Tijuca. Segundo ele, a política de segurança pública do Estado é um fracasso e pedidos de desculpas não trarão de volta o menino, nem as centenas de pessoas que engrossam as estatísticas da política de guerra arquitetada pela Secretaria de Segurança. Ele acrescentou: "Até quando teremos de ouvir a pergunta de um pai desesperado: ‘Que polícia é essa''?".

"A culpa, na verdade, é da política de segurança pública - se é que isso pode ser chamado de política - em vigor no Estado do Rio de Janeiro; a culpa é dos responsáveis pela formulação dessa política", sustentou Damous, que distribuiu nota registrando a indignação da entidade com a escalada de guerra deflagrada pela Segurança Pública no Rio de Janeiro. "Que os policiais do Rio de Janeiro são despreparados, mal treinados, mal equipados e mal pagos até as pedras sabem", acrescentou Wadih Damous, para observar que, a despeito dessas conclusões, "nada se faz a respeito".

Confira abaixo a íntegra da nota do presidente da OAB-RJ, Wadih Damous:

"Diante de mais uma tragédia, agora com o assassinato, pela PM, do menino João Roberto, o Secretário de Segurança Pública entoa a ladainha de sempre: "foi um episódio isolado", "a ação policial, nesse caso, foi desastrosa", "peço desculpas à família" e outras mesmices. Como sempre, atribui-se a culpa de tudo aos policiais. Mas a culpa, na verdade, é da política de segurança pública- se é que isso pode ser chamado de política- em vigor no Estado do Rio de Janeiro. A culpa é dos responsáveis pela formulação dessa política.

Que os policiais do Rio de Janeiro são despreparados, mal treinados, mal equipados e mal pagos até as pedras sabem. Mas nada se faz a respeito. Qualquer cidade que tenha melhorado os seus índices de segurança enfrentou esses aspectos e principalmente o cancro da corrupção na corporação policial. E todas essas medidas foram adotadas em conjunto com amplos investimentos sociais em saúde, educação, trabalho e saneamento básico.

Infelizmente, as autoridades responsáveis pela segurança pública do estado insistem na política de confronto, cujo maior resultado é o extermínio de moradores das favelas cariocas e de crianças como o garoto João Roberto.

Já passou da hora de as autoridades públicas do estado reconhecerem o fracasso do que chamam de política de segurança pública. Pedidos de desculpa não trarão de volta João Roberto nem as centenas de pessoas que engordam as estatísticas da política de guerra arquitetada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Até quando teremos de ouvir a pergunta de um pai desesperado: "Que polícia é essa?".

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