Belém (PA), 06/05/2008 - A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará acompanhou nessa segunda-feira (05), no salão do júri do Fórum de Belém, as mais de dez horas do primeiro dia do novojulgamento de Vitalmiro Moura e Rayfran Sales, acusados de terem executado a missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005 no município de Anapú, sudeste do Pará. A sessão foi aberta às 8h e o primeiro a ser interrogado foi o fazendeiro Vitalmiro Moura. Rayfran respondeu posteriormente às perguntas do juiz, seguido do promotor e dos advogados de acusação e de defesa. A expectativa da OAB-PA é de que as condenações anteriores sejam mantidas. A sessão de júri foi suspensa às 19h30 da segunda-feira para descanso noturno. O júri retomou os trabalhos às 8h de hoje.

Amair Feijoli Cunha (o Tato), já sentenciado a 18 anos de prisão pelo crime, havia confessado ter sido o intermediador do crime em abril de 2006 - quando foi julgado. Na ocasião,Tato contou que foi procurado pelo fazendeiro Vitalmiro Moura para contratar Rayfran e Clodoaldo e que Bida e Regivaldo Galvão pagariam R$ 50 mil de recompensa aos dois executores. No entanto, no depoimento prestado nessa segunda-feira, na qualidade de testemunha do fazendeiro, Tato desmentiu oque disse na data de seu julgamento.

Em seu interrogatório, que foi acompanhado integralmente pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, Rayfran reforçou as declarações prestadas antes por Vitalmiro, corroborando com a tese do fazendeiro de negativa de autoria. Rayfran afirma que a arma usada no crime era de sua propriedade, e não do fazendeiro Bida, como alegou em depoimentos anteriores. Rayfran assume integralmente a autoria do crime e disse que trabalhava para Tato e que se sentia ameaçado por Dorothy Stang.