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Artigo: Questões morais

domingo, 27 de abril de 2008 às 11h04

Maceió (AL), 27/04/2008 - O artigo "Questões Morais" é de autoria do presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas, Omar Coêlho de Mello, e foi publicado na edição de hoje (27) em O Jornal (AL):

"Talvez eu possa mudar um dia, mas aprendi, desde pequeno, a não falsear a verdade dos fatos. Talvez o ser transparente seja a minha maior virtude, pois não consigo encobrir os meus sentimentos, nem consigo falar aquilo em que não estou pensando.

Não quero dizer com isto que sou daqueles inconvenientes, que sempre deixam os interlocutores constrangidos, como é o personagem daquele quadro do Fantástico, interpretado por Luís Fernando Guimarães, cujo nome me fugiu por completo. Estou me referindo às questões sérias e essenciais.

A criação que nos é dada, adquirida junto à nossa família, tem importância fundamental, creio eu, mas não acredito que seja a única responsável pelo nosso agir durante toda a vida. O homem é produto do meio, apesar de ter seu caráter formado, na essência, nos 15 primeiros anos de vida, segundo alguns estudiosos. Mas será que o ambiente legislativo nos faz esquecer tudo o que se aprende no seio familiar, ou já trazemos o gene da delinqüência adormecido?

O fato é que uma coisa tem me chamado a atenção: aonde vai parar a cara-de-pau de alguns dos nossos representantes? Não quero e nem vou nominar absolutamente ninguém. A questão não é pessoal, mas comportamental. Por exemplo, alguns dos envolvidos na operação Taturana têm se comportado de forma discreta, deixando que o resultado da investigação policial flua normalmente, para responderem pelos seus atos e, se absolvidos, voltarem à tona. Observem que estou falando absolvidos, e não salvos pelo instituto da prescrição, que não absolve ninguém, mas isenta da pena, sem, contudo, isentar da punição moral.

Há outros que, apesar do indiciamento, não se conformam e agem como se nada tivesse acontecido, afirmando que sua conduta não tem a ver com aquelas dos seus outros companheiros. Apesar de não ser versado em psicanálise, entendo que nem Freud explica.

E o que se esperar disto tudo? Não tenho ao certo a resposta, mas seria inaceitável não se dar o mesmo tratamento! Foi exatamente com esse sentimento, que é o de justiça, em que a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Alagoas, tem se pautado durante toda a sua história, que o ilustre representante da OAB/AL no hoje extinto MSCC, Gilberto Irineu, levou a palavra da entidade, que jamais poderia trair o sentimento majoritário do povo alagoano: que todo e qualquer culpado seja punido e que tenham todos o mesmo tratamento.

Infelizmente, assim não pensam todos. Do mesmo modo, agiram quando a OAB/AL enfrentou sozinha as críticas e buscou a verdade na caixa-preta da ALE. E ai de nós se não tivéssemos feito a inspeção tão esclarecedora segundo a qual podemos afirmar com convicção: há improbidade generalizada na ALE.

Tomara que a Câmara esteja imune a esse mal!"

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