Maceió (AL), 06/03/2008 - A empregada doméstica Neuza Maria dos Santos, 44 anos, denunciou o patrão - um tenente-coronel da Polícia Militar -na Seccional de Alagoas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL), por racismo e agressão. O caso aconteceu no dia 12 de fevereiro, na Avenida Capitão Marinho, no conjunto Santo Eduardo. Neuza dos Santos contou que tinha ido a um mercadinho fazer compras e quando retornou com os produtos e o troco, o seu patrão acusou-a de roubo. A diarista disse que foi agredida com socos e empurrões, além de ser chamada de “negra safada e vagabunda”. “Ele disse que todo ‘negro é ladrão’ e que eu saísse de sua residência pois estava ‘sujando sua casa’”, disse a mulher.

A diarista disse que o militar ainda a ameaçou dizendo que caso prestasse queixa numa delegacia, ela que seria presa. “Ele [o patrão] disse que seu eu fosse denunciar o caso quem ficaria presa era eu, porque ele era a e lei e a lei ficaria do seu lado”, contou a mulher. Ela disse ainda que voltou para cobrar o seu salário, mas o patrão se recusou a pagar e mais uma vez sofreu discriminação racial. “Eu fui cobrar meu salário e ele disse que pagaria quando quisesse e que não queria ‘negra’ em sua residência”.

Neuza dos Santos disse trabalhou durante seis meses na casa do militar. Ela contou ainda que contraiu infecção de pele limpando os dejetos dos cães do patrão.