Belém, 29/01/2008 - A Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA) vai requerer à administração estadual que reveja as revistas em mulheres parentes de presos que visitam os presídios paraenses, consideradas uma humilhação e grave agressão aos direitos humanos. As revistas no presídio de Salinópolis foram denunciadas por mães, esposas e irmãs dos presos. As visitas são feitas nos fins de semana, quando todas as visitantes idosas, menstruadas e até grávidas são obrigadas a se despir, se agachar diante de um espelho embaixo das pernas e se espremer com a mão fechada e enfiada na boca.

Este modelo de vistoria de mulheres é a forma encontrada pela administração do sistema penal para evitar que as visitantes levem drogas, celulares e até armas introduzidos na vagina para entregar aos presos. As mulheres denunciaram que não têm a quem recorrer e que sentem medo de represália. ''Lá dentro quem reclama paga muito caro'', contou uma das mães. As mulheres também temem por suas próprias vidas, por acreditarem que a polícia poderá reprimir tanto os presos quanto as famílias que ousem reagir às humilhações.