Brasília, 28/12/2007 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, a despeito da impossibilidade de punir penalmente os brasileiros, defendeu que os arquivos da Operação Condor sejam abertos e que o estado pague às famílias de possíveis vítimas brasileiras os danos provocados pela perseguição política. "É fundamental que, mesmo que se fale em prescrição dos crimes, se reconheça a responsabilidade do estado por ter implementado uma ação repressora que resultou na morte de pessoas, além da obrigação do estado de abrir os arquivos da operação para que todos saibam o que de fato aconteceu", argumentou.

A impossibilidade de punir penalmente e de extraditá-los não impede a reparação civil e a condenação moral do estado", acrescentou. Pelas informações da Justiça italiana, os 13 brasileiros seriam responsáveis pelo seqüestro de dois ítalo-argentinos em território brasileiro: Horácio Domingo Campiglia, desaparecido no Aeroporto do Galeão, no Rio, em março de 1980; e Lorenzo Ismael Viñas, desaparecido em junho do mesmo ano num ônibus, no trajeto Buenos Aires-Porto Alegre.

Os crimes seriam parte da estratégia de perseguição e repressão a opositores dos regimes militares com a participação de polícias políticas do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia, que ficou conhecida como Operação Condor.

Durante essa operação, 25 italianos teriam sido mortos. O procurador da República italiano, Giancarlo Capaldo, pediu a colaboração do governo brasileiro para interrogar e facilitar a extradição dos acusados, que fazem parte da lista de 146 militares e civis sul-americanos, citados como responsáveis pela morte dos italianos detidos pela Operação Condor.

Caso a Justiça italiana envie para o governo brasileiro um pedido de extradição dos 13 brasileiros, a decisão caberá aos ministros do Supremo em sessão plenário na volta do recesso, em fevereiro.