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Ophir: governo usa retórica ao invés de políticas públicas no Pará

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007 às 07h05

Brasília, 06/12/2007 - As operações do governo federal para combater crimes contra os direitos humanos no Pará são apenas retóricas, pois as autoridades estão sempre buscando paliativos depois do fato já consumado, entregues a um jogo de faz de conta. O desabafo foi feito hoje (06) pelo diretor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-presidente da Seccional paraense da entidade por dois mandatos consecutivos, Ophir Cavalcante Junior. Ele lembrou que após o brutal assassinato da irmã Dorothy o governo , pressionado por organismos internacionais de direitos humanos e até pelo governo dos Estados Unidos, enviou tropas do Exército para o Pará "numa verdadeira operação de guerra para caçar os assassinos da religiosa, mas no final, quem descobriu os assassinos foram as polícias civil e militar do Estado".

Segundo Ophir, se os recursos gastos naquela operação tivessem eles sido carreados para o governo paraense investir em segurança pública, o resultado seria muito mais positivo. "Até se fez de conta que o governo federal estava dando a atenção que o caso merecia, quando, na verdade, o que se fez foi sempre trabalhar nos efeitos, sempre buscando paliativos depois do fato consumado", afirmou.Ele observou que o resultado desse jogo do governo "é que quem voltar hoje ao local em que a irmã Dorothy morreu vai constatar que está infestado de grileiros; na verdade, não se fez assentamentos como deveriam faze, e isso tem acontecido de uma forma sistemática em todo o Estado”.

Ophir lembrou que na época que era presidente da Seccional da OAB do Pará, manteve uma reunião com o ministro da Reforma Agrária e ele disse que seriam investidos pesados recursos no Pará para a realização da reforma."Isso não passou de retórica, porque na prática não aconteceu", disse. “Para que se tenha uma idéia, o Ibama, no Estado do Pará, proporcionalmente, tem menos fiscais que o Ibama de São Paulo. Do mesmo modo, o Incra do Estado do Pará está completamente sucateado”.

“Não se tem uma política de ocupação ordenada da Amazônia, com investimentos, com um planejamento a médio e longo prazo", lamenta o diretor do Conselho Federal da OAB."Sempre se trabalha nos espasmos, sempre em função de distorções que colocam o Brasil em condições desfavoráveis em relação aos organismos internacionais; portanto, entendo que é chegada a hora de o governo federal deitar um olhar mais efetivo para as questões da Amazônia, sob pena de nós ficarmos ouvindo falar sobre internacionalização da Amazônia".

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