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Mandante da morte de conselheiro da OAB mora em Fortaleza

quinta-feira, 29 de novembro de 2007 às 07h23

Brasília, 29/11/2007 – O ex-delegado de polícia civil de Roraima, Luiz Gonzaga Batista Junior – mais conhecido como “Doutor Juninho” - condenado a 16 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do ex-conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil por Roraima (OAB-RR), Paulo Coelho Pereira, deverá ser preso nas próximas horas e levado para Boa Vista para cumprir a pena. Decisão neste sentido foi tomada nesta quarta-feira pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Residente em Fortaleza, no Ceará, Luiz Gonzaga, filho de um desembargador (já falecido), foi condenado pelo assassinato ocorrido em 20 de fevereiro de 1993, em Boa Vista, horas depois de Paulo Coelho proferir discurso de posse no Conselho Federal da OAB, dizendo que continuaria sua luta para moralizar e reformular o TJ de Roraima.

A decisão do STF deixou aliviada a família do advogado morto, que até hoje espera ver os responsáveis pela morte de Paulo Coelho na prisão. O presidente da OAB de Roraima, Antônio Oneildo, disse que a determinação dos ministros do Supremo reflete o anseio da classe dos advogados que, como a família da vítima, espera que Justiça seja feita nesse caso. “Paulo Coelho tinha acabado de ser eleito conselheiro federal por Roraima quando foi assassinado por ter combatido a nomeação do desembargador Luiz Gonzaga Batista, pai do condenado, junto ao Tribunal de Justiça.

Oneildo disse, ainda, que a decisão do STF fortalece a cidadania e a consciência cívica do cidadão no combate aos desmandos da coisa pública, à impunidade e à violência, haja vista que Paulo Coelho foi morto justamente por exercer seu papel de cidadão e denunciar os males que ocorriam no Estado àquela época. “Apesar de a decisão da Justiça só vir 15 depois, vemos com muita satisfação, porque a Justiça tarda mas não falha”.

Paulo Coelho Pereira foi assassinado na porta de casa no centro da capital de Roraima no dia 20 de fevereiro de 1993. No momento em que descia do carro para abrir o portão de sua garagem, o assassino se aproximou e efetuou vários tiros. Na época, foram presas várias pessoas acusadas de participação na trama para eliminar o conselheiro. Luiz Gonzaga e Luiz Antônio, filhos do desembargador Luiz Gonzaga Batista, o Gonzagão, que eram delegados de Polícia Civil, foram apontados como os mandantes do crime para proteger o pai.

A morte de Paulo Coelho foi tramada depois que ele, ao ser empossado como conselheiro federal da OAB, fez um discurso direcionado ao desembargador, dizendo que viajaria a Brasília para denunciar a nomeação do Gonzagão, que teria sido nomeado de forma ilegal pelo governador da época.

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