Recife (PE), 28/11/2007 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, defendeu hoje (28) a cassação do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por seus pares, durante julgamento do plenário do Senado marcado para terça-feira (04/12), quando será avaliado o pedido do Conselho de Ética do Senado que concluiu pela quebra de decoro parlamentar por Renan. Durante entrevista coletiva, Britto observou que Renan, “como afirmam vários de seus colegas, não tem mais condições pessoais, morais e técnicas para dirigir os destinos do Senado e, por conseqüência, não tem também mais condições de continuar sendo senador”.

“Se o Senado concluiu que Renan Calheiros não serve mais para ser seu presidente, entendo que também não pode continuar ocupando a cadeira de senador da República; caso contrário, seria admitirmos que existem senadores de primeira e de segunda classe”, salientou Britto. “É aquele ditado popular: o que não serve para Francisco, não serve também para Chico”.

Na entrevista, o presidente foi instado a lembrar o (mau) exemplo de Renan Calheiros para defender a reforma política proposta pelo Conselho Federal da OAB e a campanha relançada pela entidade dos advogados, com apoio de 32 outras instituições da sociedade civil, contra a corrupção eleitoral. Britto disse que instrumentos como o “recall” proposto pela OAB na reforma pode representar um meio de controle eficiente da honradez do mandato, pois em caso de corrupção ou ineficiência do seu detentor, o eleitorado pode decidir a sua cassação, ou revogação.

Ele observou também que a campanha contra a corrupção eleitoral quer cortar esse mal pela raiz ao mostrar ao povo que ele dispõe de um instituto eficaz como a lei 9.840 para cassar aqueles que compram o voto. “Vamos mostrar na prática o que estamos falando na campanha, qual seja que voto não tem preço, tem conseqüências”, afirmou Britto.