OAB-RJ: mazelas do país não se resumem a violência e corrupção
Goiânia (GO), 01/06/2007 – “Quando se tenta resumir os problemas nacionais a dois pilares chamados violência e corrupção, estamos, na verdade, pautando a nossa sociedade rumo ao fascismo”. A afirmação foi feita hoje (01) pelo presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao enfatizar que o Brasil tem problemas seculares, até hoje não resolvidos, não se resumindo à corrupção e à violência. “Temos mazelas antigas como a reforma agrária, a educação para poucos, o amplo desemprego, a falta de dignidade humana e agressões ao meio ambiente. Só que uma certa parte da sociedade, com apoio da mídia, quer nos fazer crer que nossos únicos problemas são violência e corrupção”.
Diante dessa realidade deturpada, afirmou Wadih Damous, vêm sendo perpetrados graves atentados ao Estado de Direito Democrático, entre eles as ações espetaculosas da Polícia Federal, com prática dos mais diversos tipos de abusos e ilegalidades. “Nesse contexto, os advogados devem exercer um papel de resistência por meio de sua entidade representativa, que é a OAB”. As afirmações foram feitas pelo presidente da OAB fluminense ao participar da reunião do Colégio de Presidentes das Seccionais da OAB, que acontece em Goiânia.
Damous defendeu, ainda, que a sociedade não deve se intimidar diante de maiorias eventuais, posições majoritárias eventuais na opinião pública. “Devemos defender o apego aos valores democráticos, aos valores do processo civilizador e o direito à ampla defesa, à presunção de inocência, à dignidade da vida humana e à justiça social”, acrescentou Wadih Damous, ao falar para os dirigentes das 27 Seccionais da OAB.