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Membro de grupo criado por Ellen pode ter sido alvo de bomba

terça-feira, 23 de maio de 2006 às 10h39

Brasília, 23/05/2006 - O advogado paranaense Dálio Zippin Filho, indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para compor o grupo designado pela presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, que formará um banco de dados sobre a população carcerária brasileira, pode ter sido o alvo de uma bomba instalada dentro do banheiro masculino do Tribunal do Júri de Curitiba. O artefato foi encontrado nessa segunda-feira (22) sob uma lixeira e desativado por policiais. Dálio Zippin, que é advogado criminalista e defendia um cliente no momento em que a bomba foi descoberta, acredita que o atentado foi um recado para ele.

O plenário estava cheio para acompanhar o júri de Claudemir dos Santos Rosa, acusado de ter cometido um homicídio há seis anos. A sessão começou às 13h e, meia hora depois, o explosivo foi encontrado pelo oficial de Justiça José Vicente Gonçalves. Ao estranhar a lixeira virada para baixo, o oficial de Justiça desvirou-a, encontrou tubos amarrados a um relógio digital e avisou à polícia. Zippin acredita que a bomba foi colocada no Tribunal para assustá-lo, uma vez que o júri dessa segunda-feira era comum e a única pessoa em evidência no local era ele. “Foi um recado, mas não sei de quem", afirmou.

A desconfiança de Zippin se baseia no fato dele ter causado polêmica na última semana, quando falou à imprensa sobre a prisão do advogado paranaense André Lanzoni Pereira, detido no Centro de Detenção Provisória de São José dos Pinhais. Na ocasião, a Seccional da OAB do Paraná recebeu da polícia a informação de que André estaria insuflando uma rebelião de detentos e incitando os presos a se rebelarem a mando da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao receber voz de prisão, André Lanzoni Pereira alegou que estava no exercício profissional e defendia clientes, que seriam representantes de facções criminosas rebeladas. Dálio Zippin foi designado, na forma do artigo 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/94), para acompanhar as investigações e relatar à OAB-PR as razões da prisão de André Lanzoni Pereira.

O prédio do Tribunal do Júri de Curitiba foi desocupado depois de encontrada a bomba e a área, isolada. A bomba foi desativada com jatos de água e a polícia ainda não sabe se o artefato - confeccionado com uma granada cortada e massa de tiro - estava programado pelo relógio a ele acoplado ou se seria ativado de outra maneira. No momento em que a bomba foi encontrada, pelo menos 100 pessoas acompanhavam a sessão no Tribunal do Júri.

Dálio Zippin Filho estará hoje em Brasília, onde assume a posição no grupo de trabalho designado pela ministra Ellen Gracie para trabalhar na montagem do banco de dados sobre a população carcerária brasileira. A reunião do CNJ em que o grupo será instalado será às 14h na sede do Conselho. Além de Zippin, integram o grupo outros sete juristas, além do secretário geral do CNJ, juiz Sérgio Tejada, que presidirá o grupo. Dálio Zippin Filho é membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB.

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