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Polícia procura matadores de advogado trabalhista

segunda-feira, 22 de agosto de 2005 às 07h14

Belém, 22/08/2005 - O delegado Ocimar Vasconcelos ainda não conseguiu prender os dois homens que, durante assalto praticado no final da tarde da última sexta-feira, no centro da cidade de Castanhal, no Pará, mataram o advogado trabalhista e professor Alex Cordeiro Azevedo, de 31 anos. Alex foi morto com seis tiros disparados de uma pistola 6,35, com silenciador, possivelmente por não ter mais dinheiro para dar aos assaltantes.

Três testemunhas que estavam dentro do escritório do advogado na hora do assalto já forneceram dados suficientes para que peritos do Instituto de Perícias Científicas de Belém confeccionassem o retrato falado do homem que atirou em Alex. O delegado acredita que os autores do latrocínio são pessoas da cidade mesmo e descarta a possibilidade do crime ter sido de encomenda, como a princípio acreditavam. “Foi um assalto ousado”, afirmou Ocimar Vasconcelos.

Por volta das 18h da sexta-feira, Alex atendia um cliente na sua sala, enquanto outro cliente esperava para ser atendido em outro cômodo do escritório, junto com Bruna Yoko Raiol, a secretária e enteada do advogado. O primeiro assaltante entrou dizendo que tinha uma causa para Alex advogar. Enquanto aguardava, entrou na sala de espera o segundo bandido, já armado com a pistola 6,35 e anunciando o assalto. Os dois assaltantes renderam os quatros que estavam no escritório, além de Alex e Bruna, o motorista Eduardo Luiz Soares de Barros, e o trabalhador autônomo Dalmar Gomes de Souza. Todos foram amarrados pelos pés e mãos com uma fita gomada que os bandidos trouxeram.

Na sala, um dos bandidos pegou os pertences das vítimas, inclusive a carteira porta-cédulas do advogado. O que portava a pistola exigia mais dinheiro, e Alex respondia que não havia mais nada com ele nem no escritório. Gavetas e mesas foram revistadas, e nada de dinheiro foi encontrado. Em dado momento (o assalto durou, segundo o delegado, cerca de 15 minutos), o bandido com a 6,35 levou Alex para a sala de espera. Lá, ele começou a bater no advogado e a exigir novamente que ele dissesse onde havia dinheiro. As testemunhas disseram que, de repente, ouviram barulhos estranhos. Eram os disparos com a pistola. Ao todo Alex recebeu seis tiros, quatro deles na cabeça.

No momento em que o bandido atirava no advogado, pessoas que estavam na parte de baixo do prédio pressentiram que algo de estranho estava acontecendo dentro do escritório Uma pessoa ligou para o celular e um investigador que ela conhecia. Como a delegacia da Polícia Civil fica a menos de 100 metros do escritório onde ocorreu o latrocínio, em pouquíssimo tempo esse investigador chegou ao escritório. Pouco antes eles tinham saído do escritório, e fugido em uma motocicleta que estava estacionada na avenida Barão do Rio Branco.

Quando o policial chegou no escritório, Alex ainda agonizava, mas morreu pouco depois. A partir daí deu-se início a uma caçada policial que varou a madrugada e prosseguiu por todo o sábado. “Não vamos parar de investigar e de estar nas ruas enquanto não prendermos esses criminosos”, garantiu Ocimar Vasconcelos. Ele disse que tem “pistas quentes”, que podem levar à elucidação do crime nos próximos dias. Trabalham nas investigações os investigadores Gurjão, Marcelo, Barbosa e Diniz, além do delegado Nicolau Neto.

A Seccional do Pará da OAB divulgou nota na qual informa que está acompanhando as investigações do assassinato do advogado Alex Cordeiro Azevedo. E diz que o caso está sob investigação na Delegacia de Polícia do Interior (DPI), com inquérito policial presidido pelo delegado Waldir Freire.

A nota explica que o crime foi cometido “por dois homens e que um deles ficou posicionado em frente ao escritório, enquanto o segundo entrou no prédio, passou normalmente por clientes que ainda estavam no local, solicitou à secretária a entrada na sala do advogado, onde efetuou os disparos”. Diz também que “Alex Cordeiro atuava na área do Direito Trabalhista, era professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), campus Castanhal, na qual era responsável pelo Núcleo de Prática Jurídica”.

Por fim, a nota diz que, segundo o delegado Waldir Freire, “o crime está relacionado a atuação profissional da vítimas, hipótese que foi levantada a partir dos depoimentos já colhidos pela Polícia”. E finaliza com a opinião do presidente da OAB-PA, Ophir Cavalcante Júnior, de que “o município de Castanhal é conhecido pelo risco a que os advogados são submetidos. Em Castanhal têm sido freqüente os assassinatos por encomenda. A Ordem repudia a tentativa de calar a advocacia e a Justiça como um todo, alertando que trabalha desenvolvendo ações para proteger a vida”.

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