Ophir diz que ensino jurídico está em estado pré-falimentar
Brasília,24/10/2004- “O ensino jurídico no Brasil está em estado pré-falimentar”. A afirmação é do presidente da Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Junior, ao analisar os recentes exames feitos pela entidade para a concessão da carteira funcional, o Exame de Ordem. Segundo ele, “as faculdades passaram a ser verdadeiras indústrias de diplomas e, se não conseguem formar bacharéis com o nível mínimo exigido, demonstram faltar competência até mesmo para atuar como empresas.
Para se ter uma idéia da má qualidade das faculdades de Direito basta analisar o resultado do último exame de Ordem no Pará e em outros estados brasileiros. No Pará, por exemplo, mais de 80% dos alunos que tentaram obter aprovação e, com isso, ter o direito de advogar, foram reprovados. “Isto tem sido uma constante e o que se vê no país e a cada dia surgir uma nova faculdade de Direito”, disse Ophir acrescentando que, na maioria das vezes, os novos cursos são de faculdades particulares, ou seja, o aluno paga altíssimas mensalidades e no final não aprende nada.
Apesar de ser duro nos comentários em relação às faculdades, o presidente da OAB-PA não deixa também de criticar os alunos que também têm dado sua parcela de contribuição para o péssimo resultado no exame, uma vez que não exigem, não se empenham. “Se o professor falta, ficam felizes; se o professor dá boas notas, elegem esse professor como o melhor. Enfim, está faltando compromisso”. Ophir Cavalcante Junior garantiu que a OAB continuará exercendo o seu papel e exigindo um ensino jurídico de melhor qualidade.