Brasília, 30/10/2008 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),Cezar Britto, anunciou hoje (30) o desfecho do primeiro caso que contou com o auxílio do convênio de assistência jurídica firmado no início deste mês pela OAB Nacional e o Conselho Geral da Advocacia Espanhola. O corpo da natalense Vanessa Ferreira, que foi assassinada na província espanhola de Murcia no dia 1º deste mês, será transladado depois que a OAB e o Conselho Geral da Advocacia Espanhola entraram no circuito para agilizar a documentação da liberação e transporte do corpo da brasileira. A previsão é de chegada no início da próxima semana.

Logo que tomou conhecimento dos problemas em torno da liberação do corpo da brasileira, pela Seccional da OAB do Rio Grande do Norte, a Comissão de Relações Internacionais da OAB Nacional enviou ofício ao Conselho Geral da Advocacia Espanhola, em Madri, solicitando a apoio da entidade no caso. Por meio do convênio de assistência jurídica firmado, as duas entidades se comprometeram a acompanhar casos como este em seus respectivos países, levando dignidade aos indivíduos que se deparam, por exemplo, com a negativa de ingresso no país ou que tenham sido vítimas de tráfico de pessoas ou de prostituição.

A pedido da OAB, o Conselho Geral da Advocacia Espanhola entrou em contato com o Colégio de Advogados de Murcia - onde a brasileira foi morta - e, dessa forma, foi possível destacar profissionais da advocacia para agilizar o trâmite da documentação e viabilizar o translado do corpo para o Brasil.

Vanessa Ferreira residia na Espanha há dois anos e trabalhava como prostituta. O autor do crime foi o namorado, um militar espanhol que, além de matar a potiguar, atingiu com um tiro na cabeça outra brasileira e se matou após ser cercado pela polícia espanhola. Vanessa enviava dinheiro para a mãe pagar o aluguel e custear as despesas com os seus dois filhos que ficaram em Natal. Ela chegou a dizer à mãe que pensava em retornar ao Brasil após ter economizado certa quantia em dinheiro. Para a família, o desejo de voltar ao Brasil pode ter sido o motivo do crime.