Debate: Palavras finais do candidato Alckmin no debate da OAB

quarta-feira, 18 de outubro de 2006 às 05:08

Brasília, 18/10/2006 – A seguir a íntegra das palavras finais do candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, ao final do debate realizado hoje (18) na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília: (sem revisão)

“Quero agradecer, aqui, o compromisso. Você vê que nada como um grande advogado atento à relevância e urgência das matérias, que é esse o espírito do constituinte. Quero dizer do meu apreço aqui pela OAB. Eu sou um apaixonado pelo Direito. Acho uma coisa maravilhosa essa coisa da justiça, do Direito. É uma coisa muito bonita.

Aliás, minha família toda, meu tio foi do Supremo Tribunal Federal, fez toda a sua carreira na magistratura. Meus primos, a maioria advoga. Eu é que acabei indo para ser (inaudível), mas sou um grande admirador do mundo jurídico. A administração me fez um estudioso até da matéria. Tinha grandes debates jurídicos lá com a procuradoria do Estado e é uma atividade muito bonita, séria, está na base na Nação.

A OAB tem uma história ligada aos valores maiores do povo brasileiro. Quero agradecer o convite da OAB e dizer da nossa confiança. Aproveitar, para trazer aqui uma palavra de estímulo. As eleições são, às vezes, muito pautadas por questões de pesquisas eleitorais. E, na realidade, o povo é muito sábio e esse é um fato interessante. A decisão de voto é fruto de um amadurecimento que vai aumentando à medida em que vai chegando perto da data da eleição. Então, eu venho dizendo isso há meses.

Me lembro que Mário Covas passou dois anos em São Paulo e nem em segundo lugar ele ficava nas pesquisas. Passou para o segundo turno por 40 mil votos. Perdeu a noite inteira para a candidata Marta Suplicy, passou de madrugada ali para o segundo turno com uma diferença abissal. E só passou para o primeiro lugar a quatro dias da eleição. Eu era vice na mesma chapa. Liguei para ele em uma quarta-feira e disse: “Governador, agora estamos um pontinho na frente e tal. A eleição teve dois milhões de votos de frente”. Ele falou: “Geraldo, é muito cedo.” Eu falei: mas como é cedo? A eleição é domingo! E isso era uma sexta-feira.

Essas grandes mudanças ocorrem mais próximas. Ocorreram no primeiro turno. Nós que tínhamos ali 20, 20 e poucos, tivemos 41,5% nas urnas. Isso veio no processo e, não tenho dúvida, de que vai se repetir agora no segundo turno. É um movimento que vem crescente e ele é mais forte junto à data da eleição.

Mas quero trazer aqui um grande abraço. Vou passar às mãos do nosso presidente, o doutor Roberto Busato, o nosso programa de governo, os compromissos para sermos cobrados aí durante, se Deus quiser, o mandato e manter um diálogo. Quando a gente faz um governo mais aberto, ouvindo, a gente erra menos. Não é que não vai errar, mas erra menos e acerta mais.

Aliás, Santo Agostinho dizia que político não gosta de ser reparado, não gosta de ouvir crítica, gosta de ouvir elogio. Aliás, diferente dos advogados. Os advogados gostam de ter uma outra opinião, não é isso? Quer dizer, o advogado pede: “olha, quero um parecer do professor fulano, beltrano, quero uma opinião.” Político às vezes não gosta. Mas Santo Agostinho dizia “prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam porque me corrompem.”

Então, a instituição tem esse papel do diálogo com a sociedade e de colocar as coisas com firmeza, coragem, compromisso, não com os poderosos, mas com os valores da Nação. Passo ao doutor Busato o nosso programa de governo”.