OAB-PA será ouvida hoje no caso da desembargadora Murrieta

quarta-feira, 30 de agosto de 2006 às 07:07

Brasília, 30/08/2006 - O Tribunal de Justiça do Pará iniciou a tomada de depoimentos das testemunhas de acusação e supostas vítimas da desembargadora aposentada Ana Tereza Murieta. Ela é acusada de ter desviado mais de R$ 3 milhões de 157 contas bancárias, movimentadas entre 1995 e 2000, período em que atuou como juíza da 1ª Vara Penal de Belém. Murrieta responde pelos crimes de peculato, falsificação de documentos públicos e falsificação ideológica. Hoje (30), acontecerá a oitiva do promotor Wilson Nery e do presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará, Ophir Cavalcante Junior.

Nessa terça-feira, foram arroladas seis testemunhas do caso: Francinete de Castro Rodrigues, Simone Giordano, Hellen Araújo, Cláudia Tatiane S. Santos, Sérgio Carneiro e Stael Célia Brasil Santiago.

Quanto ao ressarcimento dos valores que foram objeto de alcance pela desembargadora, a OAB paraense sugeriu às pessoas lesadas que ajuizassem ações contra o Estado, requerendo o ressarcimento de suas perdas. "Esperamos que o Estado não crie obstáculos, porque é evidente o alcance dos valores pela desembargadora. Seria imoral se o Estado negasse ajuda", afirma Ophir Cavalcante Junior.

O caso

A primeira denúncia de desvio de dinheiro por Murrieta foi feita pela OAB-PA no ano de 2002. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público estadual por meio do promotor Wilton Nery, que esteve à frente do primeiro processo movido contra Murrieta. Os advogados de defesa da desembargadora chegaram a alegar a insanidade mental da acusada, mas um laudo desmontou o argumento.

O comerciante José Cardoso Paes, que teria sido uma das primeiras vítimas, teria sido lesado em R$ 108 mil decorrentes de saques feitos em sua conta pela acusada. Ele foi ouvido pelo juiz Pedro Sotero e esteve acompanhado pelo promotor de justiça César Augusto de Matos.