Exame de Ordem reprova 75,68% no Pará no ano de 2005

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006 às 08:04

Belém (PA), 24/02/2006 - As estatísticas sobre o exame aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o ingresso na advocacia continuam apontando baixos rendimentos por parte dos bacharéis em Direito. O último levantamento divulgado pela Comissão de Estágio e Exame da Seccional da OAB do Pará sobre os três exames realizados no ano passado mostrou que 75,68% dos candidatos foram reprovados, de um total de 2.031 inscritos na capital, Belém, em Marabá e em Santarém.

O exame é composto de duas fases: a primeira objetiva e a final com questões discursivas, na qual o candidato pode escolher entre diferentes áreas do Direito na qual deseja atuar. A área penal, que apresentou o maior número de candidatos, com 1.152 inscritos durante todo o ano, registrou índice de reprovação de 78,99%. Para Direito Administrativo, o segundo na escolha dos candidatos (um total de 400), a reprovação foi de 66,25%. Já para o Direito do Trabalho, para o qual se inscreveram 169 candidatos, 73,37% não conseguiram passar nos testes. Houve ainda opção para Direito Civil, Comercial e Tributário.

Atualmente, cinco principais faculdades participam do Exame de Ordem da OAB no Pará: Universidade Federal do Pará (Ufpa), Universidade da Amazônia (Unama), Centro Universitário do Pará (Cesupa), Fit e Iles/Ulbra.

A Ufpa em Belém registrou o maior índice médio de aprovação (40,45%), seguida da Ufpa-Santarém (34,69%); Unama (24,85%); CESUPA (23,96%); Ufpa-Marabá (20%); FTI-Santarém (15,91%) e ILES-ULBRA-Santarém (8,56%), sendo que os restantes 11,30% foram de outras faculdades de fora do Estado.

Neste ano o Exame de Ordem traz novidades, com datas unificada em todo o País para ambas as etapas. As provas ocorrerão nos dias 9 de abril, a primeira etapa (prova objetiva) com 100 questões, considerando-se aprovado o candidato que acertar 50% dos itens e no dia 7 de maio na segunda etapa (prova discursiva), considerando-se aprovado o candidato que obtiver nota 6. Foi deliberado também que as provas, em ambos os dias, terão a duração de cinco horas cada uma.

Embora reconheça que os números não são alentadores, o presidente da OAB-PA, Ophir Cavalcante Junior, está convicto de que o exame é necessário diante do papel do advogado perante à sociedade. Segundo Ophir Junior, "o exame de ordem não é um concurso público, mas uma prova de aptidão e os resultados refletem, lamentavelmente, a realidade não só da qualidade do ensino jurídico, mas da educação no país, cabendo a nós trabalharmos para que haja maior compromisso das instituições de ensino, dos docentes e, sobretudo, dos próprios alunos, porque nenhum curso por melhor que seja conseguirá êxito no exame de ordem ou em qualquer concurso público se o aluno não tiver empenho e estude muito."