Busato responde críticas de articulista do JB

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005 às 05:28

Brasília, 28/12/2005 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, enviou hoje (28) a seguinte carta ao jornalista Mauro Santayana, articulista do Jornal do Brasil:

"Leitor assíduo de sua coluna, surpreendi-me, nesta quarta (28.12), com as considerações a respeito de minha atuação à frente da OAB, em face da crise instalada no país a partir das denúncias do sr. Roberto Jefferson, parlamentar que integrava a base governista. Quero esclarecer, dentro do ambiente democrático que caracteriza este espaço, duas afirmações imprecisas: não há de minha parte - nem da OAB - qualquer "fúria oposicionista", nem tenho "insistido" na tese do impeachment.

Nem eu, nem a OAB temos partido político ou posição ideológica. Nossa causa é a cidadania. Minha indignação - minha, da OAB, da imprensa e dos homens de bem deste país - é contra a corrupção, venha ela de onde vier. Corrupção não é de direita, nem de esquerda. É ato que fere a moralidade e, por extensão, a cidadania.

A OAB - e o eminente colunista, em seu comentário, demonstrou, com apreciável síntese, conhecer bem nossa história - sempre a combateu, sem se envolver no jogo político-partidário. Não "insisto" na tese do impeachment, nem a propus.

Mas esta tem sido pergunta recorrente, quase obsessiva, de quantos me abordam, na imprensa ou nas ruas. O tema recentemente foi levado ao plenário do Conselho Federal da OAB, que o encaminhou ao exame de uma comissão interna, para que acompanhe os desdobramentos das duas CPIs em funcionamento e, ao final - somente ao final -, se manifeste. Ao contrário do que se depreende de seu comentário, temos sido - e continuaremos sendo - cautelosos e serenos.

O que, porém, tem sido veiculado pela mídia, como conclusões preliminares das investigações, nos preocupa e estarrece. E as declarações que fazemos sustentam-se nos documentos das CPIs e no que os jornais - inclusive o prestigioso Jornal do Brasil - vêm publicando diariamente há seis meses. Nada mais - e nada menos.

Em consideração ao justo conceito de sua coluna e em respeito a seus leitores, pedimos a publicação destes esclarecimentos e nos colocamos à disposição para o que mais o ilustre jornalista considerar necessário. Fraternalmente,

Roberto Busato
Presidente do Conselho Federal da OAB"