OAB do Pará premia defensores dos direitos humanos
Belém, 07/12/2004 - Atores na luta pela defesa de minorias no Pará serão homenageados no Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em cerimônia de entrega do prêmio "José Carlos Castro", na próxima sexta-feira (10), às 18h30, na sede da Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil. O prêmio, que traz o nome do advogado destacado por ações de cunho social, será concedido à irmã Dorothy Mae Stang, de 73 anos, que hoje atua na linha de frente com movimentos sociais no município de Anapú, onde é ameaçada de morte por fazendeiros. Irmã Dorothy fez parte da criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da qual ainda é integrante.
Desde 1997, irmã Dorothy intercede ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a implantação de projetos de assentamentos adequados para a conservação da Amazônia, como o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS). A escolhida para receber o prêmio dedica-se à defesa de pequenos agricultores e ações para minimizar conflitos fundiários, grilagem e comércio de terras públicas.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, Mary Cohen, afirma que irmã Dorothy convive diretamente com a tensão agrária e possui uma história de luta pela garantia de direitos de classes menos favorecidas no sul do Pará. "A sua luta é contra a presença de jagunços armados, ameaças de morte às lideranças e a expulsão de posseiros das terras", argumenta Mary. Neste ano, a freira foi reconhecida como cidadã brasileira, após quase quatro décadas no País.
A OAB-PA instituiu o prêmio de Direitos Humanos "José Carlos Castro" em 2003, que titulou o primeiro presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, instalada pelo atual presidente da OAB-PA, Ophir Cavalcante Junior, em 1984, época em que o Brasil iniciava, timidamente, a transição de um período autoritário para a democracia. José Carlos Castro foi notabilizado inclusive no exterior.
"Hoje os tempos são outros, mas a luta em defesa dos direitos humanos continua e hoje paira, como antes, constantes ameaças sobre aqueles que se propõe a dedicar sua vida em defesa de uma causa", comenta Mary Cohen. Na cerimônia também serão destacadas pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem ações na defesa de direitos humanos.