Presidente da OAB não sai à noite no Rio por causa da violência
Brasília, 26/09/2004 - “ Eu não tenho ido mais a nenhuma solenidade ou compromisso social com amigos à noite no Rio de Janeiro por causa da violência na cidade" . A afirmação é do presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, Octávio Augusto Brandão Gomes, que não tem dúvidas em afirmar que a população carioca está “ com medo, apavorada, revoltada, com o índice alarmante de criminalidade." O pior é que as autoridades competentes não tomam nenhuma providência". Ele lamentou o brutal assassinato do jovem advogado Acrísio Bicudo Fontes Neto, de 27 anos, ocorrido na madrugada de sábado (25), no bairro de Engenho Novo, zona norte do Rio.
- O advogado Acrísio era um ótimo garoto. Estive com ele na última quinta-feira. Conversamos longamente e ele demonstrou ter muitos planos para a carreira que, lamentavelmente, o crime organizado colocou um ponto final na madrugada do último sábado. Digo e repito: " sair à noite no Rio é querer ser assaltado ou ser assassinado", garantiu o presidente da entidade que representa a sociedade civil.
Diante de tanta violência, o presidente da OAB admitiu, com muita tristeza, que não tem ido mais a casamentos de filhos de advogados ou magistrados no Rio de Janeiro. “ Prefiro passar um telegrama. Pelo menos sei que ao voltar para casa não serei asssassinado no meio da rua ou dentro do meu automóvel”. Ele revelou que na próxima semana tem dois convites para cerimônias religiosas na Usina e em São Conrado. “ Não irei. Vou passar novamente telegramas. É tudo lamentável mas é a dura realidade da cidade que um dia foi chamada de maravilhosa e hoje está, literalmente, entregue ao tráfico de drogas”.
Passar à noite na Linha Vermelha ou na Linha Amarela é correr grande risco de vida, admitiu o presidente da OAB. Ele garante que “ não vai mais a Tijuca, um dos bairros mais tradicionais da zona norte do Rio mas que, na sua opinião, é hoje muito inseguro.