Ophir participa amanhã do lançamento da Campanha pela Memória e pela Verdade
Brasília, 15/04/2010 - O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, irá participar amanhã (16), às 10 horas, na sede da OAB do Rio de Janeiro, do lançamento uma campanha promovida pela Seccional da entidade e estrelada por grandes nomes da dramaturgia, em defesa da abertura dos arquivos da ditadura militar. Nos filmetes, Fernanda Montenegro, José Mayer, Eliane Giardini, Mauro Mendonça, Osmar Prado e outros interpretarão desaparecidos políticos. Fernanda Montenegro será Sônia Angel; José Mayer, David Capistrano; Osmar Prado, Maurício Gabois (os três militantes sumiram entre 1973 e 1974).
"Será que essa tortura nunca vai acabar?" é a pergunta que Sônia de Moraes Angel, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro, fará na TV e em cinemas a partir de amanhã. Sônia, economista e professora, foi torturada e assassinada durante o regime militar e seu corpo nunca pôde ser velado pela família. Assim como Sônia, outros militantes mortos e desaparecidos serão revividos por nomes da dramaturgia em pequenos filmes, de 30 segundos, da "Campanha pela Memória e pela Verdade", idealizada pelo presidente daOAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous.
ParaDamous,o objetivo da campanha é mostrar o reconhecimento público de que a ditadura não é uma página virada da História: "Temos cidadãos brasileiros que desapareceram como se nunca tivessem existido." Por sua vez, a atriz Fernanda Montenegro afirmou que "a anistia não significa que os mortos não devam ser enterrados e que não devam ser esclarecidos os lugares onde esses corpos estão". Osmar Prado interpreta o comunista Maurício Grabois, desaparecido na Guerrilha do Araguaia. "A democracia não está consolidada, porque existe uma ferida que não cicatriza" afirma Prado.
Na última quarta-feira (14) o Supremo Tribunal Federal deixou de julgar, por falta de quorum, a ação proposta pela OAB sobre a amplitude da Lei de Anistia de 1979. A entidade sustenta que crimes de tortura cometidos no regime militar não teriam sido anistiados pela legislação, permitindo que ainda hoje os responsáveis pelas agressões sejam processados e punidos. O relator do caso no STF é o ministro Eros Grau.