Oiapoque pede socorro à OAB para debelar clima de guerra com a França

quarta-feira, 17 de março de 2010 às 10:49


Brasília, 17/03/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, recebeu hoje (17) um apelo de parlamentares do Amapá, que pediram "socorro" à entidade no sentido de ajudar nas negociações para evitar um conflito de maiores proporções no Oiapoque, área de fronteira com a Guiana Francesa, colônia da França. Garimpeiros brasileiros que atuam na região, segundo eles, estão sendo violentamente hostilizados por gendarmes, os soldados franceses, e ameaçam revidar, criando um clima de guerra entre os municípios do Oiapoque e Saint George, do lado da Guiana.Uma reunião no local entre os presidentes Lula e Nicolas Sarkozy, da França, está sendo agendada para tratar do conflito, informaram os parlamentares. Ophir recebeu o deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) e o deputado estadual Paulo José, presidente da Comissão de Relações exteriores da Assembléia Legislativa. Eles fizeram um relato sobre o clima de tensão na fronteira, inclusive com exibição de vídeo mostrando soldados franceses interceptando de forma truculenta embarcações brasileiras no rio Oiapoque.


Ophir Cavalcante afirmou que intercederá no que for possível para distensionar a disputa na região, e informou aos parlamentares que recomendará ao presidente da OAB do Amapá, Ulisses Träsel, que acompanhe atentamente a questão com vistas a auxiliar nas tratativas para um acordo que ponha fim ao conflito. Ele afirmou que o casoserá acompanhado também pelo presidente da Comissão de Relações Internacionais do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, ex-presidente nacional da entidade. Os parlamentares amapaenses querem que Lula e Sarkozy firmem um acordo assegurando livre trânsito entre Saint George e o Oiapoque einstalando representações consulares nas duas cidades, entre outros pontos. Eles reivindicam também, em tratativas com o governo federal, a criação de uma "nova economia" que substitua o garimpo - hoje a fonte dos conflitos na região. Para isso, querem implantação da Universidade Federal do Oiapoque, Escola Técnica Federal, base da Marinha, terminal pesqueiro, aeroporto internacional e linha de transmissão entre Calçoene e Oiapoque.