Cidadãos apoiam OAB e culpam juízes do Pará por lentidão judicial

sexta-feira, 05 de março de 2010 às 09:44

Belém (PA), 05/03/2010 - Após aafirmação da Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil de que os juízes não estariam trabalhando no interior do Estado, o Diário Online quis saber a opinião do internauta em relação à morosidade da Justiça paraense. Para a enquete "quem tem razão: juízes ou advogados?" 77% dos webleitores, o que representa 1327 votos, concordam que os juízes não cumprem seus horários e esse é um dos motivos da lentidão do judiciário. Já para 23%, o juiz é um agente político que cumpre prazos e não é o culpado da morosidade.

A OAB foi a campo investigar se os juízes estavam trabalhando nos fóruns de suas comarcas no último dia 23 de fereveiro, mas o que comprovou deixou "alarmado" o presidente da entidade, Jarbas Vasconcelos: no interior, 60% dos magistrados, das áreas criminal e cível, não deram as caras; em Belém, 35% não apareceram. A operação, que adquiriu caráter sigiloso, mobilizou conselheiros da entidade na capital e os dirigentes de Seccionais espalhadas pelo Estado.


Segundo relatório da operação, na região da Transamazônica, coberta por 10 municípios, no dia 23 só tinham comparecido ao fórum para trabalhar os juízes de Altamira e Brasil Novo. Em Anapu, Placas, Medicilândia, Pacajá, Porto de Moz, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu não havia juiz. A comarca de Uruará está sem juiz e aguarda nomeação. Na região de Ananindeua, dos 10 juízes nove compareceram. Em Benevides, onde atuam quatro, a OAB conferiu a ausência de três.


A falta de juízes também foi sentida na região que abrange Capanema. Apenas dois dos 12 magistrados lotados apareceram, ainda segundo o relatório da entidade. Na região estão os municípios de Bonito, Cachoeira do Piriá, Capanema, Capitão Poço, Garrafão do Norte, Nova Timboteua, Ourém, Peixe-Boi, Primavera, Salinópolis, Santa Luzia do Pará e Santarém Novo. Para Vasconcelos, as ausências podem ser classificadas como "intoleráveis".


Em outras regiões do Estado, como no sul e oeste, a ausência nas comarcas foi classificada de "absurda" pelo presidente. Vasconcelos afirma que a OAB não quer individualizar a conduta de nenhum juiz, mas alerta que o TJ e o CNJ precisam tomar providências para que essas ausências não mais se repitam.