OAB-AL: 262 jovens foram mortos e 40 mil crianças sofreram violência

sexta-feira, 17 de julho de 2009 às 10:28

Maceió (AL), 17/07/2009 - Relatório sobre a violência apresentado pela Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas aponta que 262 jovens foram assassinados no primeiro semestre deste ano no Estado e que cerca de 40 mil crianças e adolescentes sofreram algum tipo de violência. O levantamento foi apresentado pela entidade da advocacia e teve como fonte de pesquisa os principais órgãos da imprensa alagoana e dados dos 106 Conselhos Tutelares do Estado.

O presidente da Comissão da Defesa da Criança e do Adolescente da OAB-AL, Edmilson Souza, classifica os dados como alarmantes, pois segundo ele, as vítimas são crianças e jovens em processo de desenvolvimento. Os crimes cometidos contra crianças e adolescentes podem ultrapassar os 39.998 registrados, pois esse número se refere apenas a casos que os Conselhos Tutelares tomaram conhecimento. Segundo José Edmilson, os números podem ultrapassar a faixa dos 60 mil casos.


A OAB-AL responsabiliza o governo pela omissão e pela falta de políticas públicas voltadas para a população carente que vive em situação de risco social, sem moradia, segurança, alimentação, saúde. De acordo com o relatório de homicídios de jovens, dos 262 casos, 158 foram registrados em Maceió e 104 no interior do Estado. Os bairros da capital alagoana mais violentos são Tabuleiro dos Martins (Clima bom, Village Campestre, Santos Dumont), onde foram registrados 34 casos, seguido por Benedito Bentes, com 29 homicídios, Vergel do Lago (Virgem dos Pobres, Ponta Grossa, Levada, Bom Parto), com 25 assassinatos; e por último o Jacintinho, onde foram registrados 11 casos.


Já no ranking dos municípios mais violentos Arapiraca surge em primeiro lugar com 16 casos, em segundo Rio Largo com nove, Marechal Deodoro figura em terceiro lugar onde foram registrados sete crimes e por último as cidades de Teotônio Vilela e União Palmares ficaram empatadas no número de homicídio, cada uma com seis.


Ainda conforme os dados referentes aos municípios no mês de janeiro foram 48 assassinatos, fevereiro 39, março 54, abril 38, maio 40 e junho 43. Quanto aos números referentes aos 39.998 crimes contra crianças e adolescentes foram definidos 36 tipos de forma de atentado aos direito da população infanto-juvenil. Entre os itens, os casos onde houve o maior registro foram os seguintes: agressões físicas (3.902), agressões psicológicas e verbais (1.536) abando por parte dos pais (2.568), exploração de mendicância por parte dos pais ou responsáveis (1.999), violência sexual.