Justiça condena tenente da PM a 4 anos de prisão por morte de advogado

quinta-feira, 08 de janeiro de 2009 às 11:03

Vitória (ES), 08/01/2009 - O tenente do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar Rafael Bonicen da Silva foi condenado a quatro anos em regime semi-aberto, pela agressão e conseqüente morte do advogado Geraldo Gomes de Paula, em 2007. O advogado, de 63 anos, morreu no dia 25 de novembro daquele ano, três dias após uma discussão com o tenente, no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória. Bonicen havia prendido um cliente do advogado por tráfico de drogas e teria impedido Geraldo de ver o detido. A vítima foi empurrada e sofreu traumatismo craniano na queda.

De acordo com a sentença de condenação, Bonicen terá direito a trabalhar durante o dia, mas deverá voltar ao Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar (QCG), em Maruípe, Vitória, no período de folga. O militar também vai aguardar o prazo para recurso preso. A defesa de Bonicen, inclusive, já tentou um habeas corpus, mas o documento foi negado pela Justiça. Atualmente, ele está detido no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da PM, em Cariacica.


A advogada da família de Geraldo de Paula, Juno Ávila, acredita que a decisão foi justa. "O tenente responde a uma quantidade grande de processos. Conseguimos dar um passo importante ao conseguir essa condenação. Se for confirmada em todas as instâncias, depois de transitada e julgada a sentença, o tenente perde a farda", destacou Juno. Para a família da vítima, a decisão foi um grande presente de ano novo. "Sempre acreditamos na Justiça e já esperávamos esse resultado. Foi uma grande recompensa", destacou o filho de Geraldo de Paula, o professor Vander Ferreira, 38.


O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, chegou a ir a Vitória para acompanhar o caso juntamente com o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, e da OAB capixaba, Antonio Genelhu.


Entenda o caso Crime.


O advogado Geraldo Gomes de Paula morreu no dia 25 de novembro de 2007, três dias após ter caído e sofrido traumatismo craniano no DPJ de Vitória Versões. Existem duas versões para a morte do advogado. Na primeira, defendida pela OAB e pela família da vítima, ele teria sido agredido por policiais, entre eles o tenente Bonicen Acidente. A outra versão é a de que Geraldo teria caído e batido a cabeça ao desequilibrar-se durante uma discussão com o tenente Discussão. A discussão entre a vítima e Bonicen teria começado porque o tenente impediu Geraldo de conversar com um cliente, que havia sido preso por tráfico de drogas Revolta. A morte do advogado causou revolta e teve repercussão nacional. . (A Gazeta).